Neto rejeita convite de presidente por estar com “agenda fechada”

Presidente nacional do DEM, o prefeito soteropolitano ACM Neto decidiu não participar ontem da 133ª e 114ª Assembleias Gerais Ordinárias da Convenção Estadual das Assembleias de Deus da Bahia (CEADEB), que teve a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Bolsonaro desembarcou na capital baiana apenas para participar deste evento religioso. Segundo Neto, o convite para estar no culto “chegou muito tarde” e a “agenda (estava) fechada”.

“Se (o convite) tivesse chegado com antecedência, eu poderia me organizar, mas a minha agenda hoje (ontem) já está marcada. (…) Caso o presidente viesse a Salvador em uma pauta com a cidade, eu estaria presente sem nenhuma dúvida”, justificou o prefeito. Foi a segunda vez que Bolsonaro visitou Salvador. No ano passado, o presidente da República passou uma semana de recesso, na Base Naval de Aratu. Na ocasião, ele visitou o Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos da capital baiana.

Nesta semana, o prefeito atacou o governo Bolsonaro. Disse que o Ministério da Educação “não fez nada” durante a pandemia. “Infelizmente, não temos articulação nacional em torno do tema. O governo federal abdica do seu papel. O Ministério da Educação nunca chamou governador e prefeitos para ter diálogo e tratar do assunto. Isso é muito ruim para o país”, afirmou. Também criticou a falta de preparo do governo federal para adquirir vacinas contra a Covid-19. “O que está faltando no Brasil desde o começo é se planejar”, pontuou.

Em entrevistas aos jornais O Globo e Folha de São Paulo, que foram publicadas nesta semana, Neto avisou que, se o Bolsonaro for o “Bolsonaro dos extremos”, o DEM não irá apoiar a reeleição do presidente em 2022. “Eu tenho certeza que o partido caminhará numa linha de buscar uma candidatura de bom senso, de equilíbrio, de construção nacional. Se o Bolsonaro for o Bolsonaro dos extremos, posso assegurar que não estaremos com ele. Se não for, não posso lhe dizer a mesma coisa. Seria vetada a discussão interna de uma hipótese de dialogar com Bolsonaro e o governo? Não. Não posso vetar isso, tem pessoas no DEM que defendem isso, e eu tenho que permitir que toda discussão interna aconteça. Mas se for o Bolsonaro das bandeiras extremistas, do radicalismo, não. Mas não sei como ele vai imprimir o ritmo do governo nos próximos dois anos”, declarou.(Tribuna da Bahia)
Foto: Valter Pontes / Secom PMS

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