Deputados querem recursos para ampliar acesso de estudantes à Internet

Uma das alterações na educação durante a pandemia de Covid 19 foi justamente o acesso às aulas por internet. Para garantir o acesso à rede para todos os alunos das escolas públicas, a Câmara está analisando proposta (PL 3477/20) que determina recursos para garantir a conectividade dos alunos dentro e fora das escolas.

A deputada Tábata Amaral (PDT-SP) destacou que atualmente seis milhões de alunos não têm acesso à rede mundial de computadores e ficaram sem nenhuma aula desde o início do isolamento social.

“Até que nós tenhamos uma vacina, muitos professores, muitos alunos por se encontrarem em grupo de risco, não poderão voltar às aulas. Mesmo defendendo uma retomada segura às aulas o quanto antes, eu entendo que até pelo revezamento que se deve dar por questões de segurança e principalmente por esse fato que nem todos poderão participar das aulas presenciais a gente vai sim de um modelo híbrido. Com conteúdo sendo oferecido tanto de forma on line quanto de forma presencial. Então para os próximos seis meses pelo menos esse projeto vai ser de suma importância”.

A proposta prevê o uso de créditos extraordinários do orçamento deste ano além de recursos do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust, que não têm sido destinados há vários anos.

O representante do Ministério de Educação, Alexsander Moreira, lembrou que a conectividade está presente em três das metas da Base Nacional Curricular, e por isso o MEC desenvolve, desde 2017, com a aprovação da política de educação conectada, várias ações para garantir o acesso e o bom uso da internet por parte de professores e alunos.

“Não é só conectividade, não é só conectar as escolas. O aluno precisa utilizar esse meio para que ele aprenda, para que tenha uma educação de qualidade”.

O secretário de Educação do estado de São Paulo, Rossieli Soares, destacou que para que qualquer política de conectividade tenha sucesso é preciso garantir os materiais adequados para os estudantes, a formação dos professores, a conectividade e a infraestrutura.

Segundo Rossieli Soares a garantia de acesso à Internet vai além do momento atual de pandemia e deve ser utilizada também para atividades complementares, principalmente para os estudantes do ensino médio.

“É ter uma proposta direcionada para que esse tempo tenha lá o desenvolvimento do projeto de vida, a possibilidade da educação técnica para esse jovem, com algum tipo de curso. Porque as famílias vão estar se perguntando eu vou para a escola ou eu vou ajudar a minha família a botar o que comer dentro de casa? Especialmente no ano de 2021. Essa é uma pergunta que nunca deveria ser feita por um jovem. Mas a gente precisa dizer que escola e educação fazem sentido para o seu projeto de vida e que a gente vai estar apoiando. Por isso que eu acho que essa ajuda da conectividade virá em grande hora”.

O consultor de orçamento da Câmara, Cláudio Tanno, afirmou que é preciso aprovar o projeto com celeridade para que a União possa repassar os recursos para estados e municípios ainda este ano, uma vez que o orçamento de guerra aprovado durante o período da pandemia só tem validade até 31 de dezembro. (Rádio Câmara dos Deputados)

Categorias: Destaque

Comentários estão fechados