Dia Municipal de Combate ao Racismo no Esporte completa 3 anos em Salvador

Fruto de projeto da vereadora Ireuda Silva (Republicanos), o Dia Municipal de Combate ao Racismo no Esporte completa três anos nesta quarta-feira (26). A data marca um episódio ao mesmo tempo triste e revoltante ocorrido em 26 de agosto de 2017, quando a diretora do Ifba, Edna Matos, e sua filha, foram alvos de covardes ofensas racistas em uma partida de futebol entre Bahia e Grêmio.

De lá para cá, pouco mudou. Inúmeros casos continuam a acontecer, tanto entre torcedores, contra esportista e dentro de clubes. Recentemente, uma auditoria interna no clube Pinheiros, São Paulo, revelou práticas de assédio moral e racismo de treinadores contra atletas nos últimos anos. Um deles foi o ginasta Angelo Assunpção, de 24 anos, que foi demitido do clube em dezembro e relatou ter sido alvo de racismo, principalmente em relação ao seu cabelo.

“O racismo no esporte é, como em qualquer outro contexto, fruto do período escravista, que qualificou seres humanos pela cor da pele. Essa qualificação ainda está muito presente no Brasil, embora de forma mais sutil, e afeta o desenvolvimento da sociedade, pois sufoca e oprime diversos talentos negros”, pontua Ireuda, que é vice-presidente da Comissão de Reparação e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. “Casos de racismo no esporte são vistos com uma frequência assustadora, tanto no calor das partidas de futebol quanto nos bastidores dos clubes, que na maioria das vezes são omissos ou até mesmo contribuem para a perpetuação de um sistema racista em suas estruturas”, acrescenta.

Ireuda também aponta para quem está à frente de entidades esportivas ou times: “Há pouquíssimas pessoas negras, embora uma parcela considerável dos esportistas seja negra. É como se a capacidade de pensar e gerenciar deles fosse constantemente subestimada”, avalia a republicana.

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