Brasil investiga vinte possíveis reinfecções por Covid-19

Ao atingir a marca de 3.669.995 casos confirmados de COVID-19, com um total de 116.580 pessoas mortas pela doença, o país passa a ter mais um foco com que se preocupar. Após a confirmação do primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus documentado em uma publicação científica, um sinal de alerta foi aceso no mundo com a nova possibilidade, capaz de mudar o entendimento da doença até o momento. Só no Brasil há 20 suspeitas de novas infecções após os pacientes terem sido considerados curados.

Os casos são investigados pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sendo 16 suspeitas em São Paulo e outras quatro no Rio de Janeiro. A primeira apuração começou no início de agosto, quando um estudo baseado no caso de uma enfermeira de 24 anos, feito pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, concluiu que, apesar de raros, a reinfecção e adoecimento por COVID em mais de uma ocasião são eventos possíveis.

Em maio, a profissional foi infectada pelo novo coronavírus e um teste molecular RT-PCR confirmou o resultado positivo. Depois de apresentar melhora dos sintomas, a paciente passou 38 dias assintomática e trabalhou normalmente até que, em 27 de junho, acordou com novos sintomas, que se agravaram e se manifestaram de forma mais severa do que na primeira vez. Novo teste indicou que ela estava novamente infectada pela COVID-19.

Foi o segundo caso de possível reinfecção no mundo. A primeira suspeita surgiu na cidade de Boston, nos Estados Unidos, e foi descrita na revista American Journal of Emergency Medicine, em junho. No entanto, o caso de Hong Kong é o primeiro a concluir a reinfecção pela COVID-19 por diferentes tipos de linhagem. De acordo com os pesquisadores, essa característica serve como um dos elementos que ajudaram a confirmar que se trata de uma reinfecção e não um resquício da antiga doença.

No caso da técnica de enfermagem brasileira, não há como saber se o primeiro contato com o vírus se difere do segundo, já que a amostra inicial foi descartada. “Não tivemos a oportunidade de fazer o mapeamento genético no primeiro teste positivo, porque a amostra foi descartada. Isso nos impediu de comparar as cepas”, explica o professor da USP que anunciou o estudo, Fernando Bellissimo. “A nossa pesquisa tem mais evidências epidemiológicas e laboratoriais. Conseguimos observar os sintomas nas duas infecções da paciente, por exemplo. Mas a ciência moderna valoriza mais esses dados moleculares.”

Ainda assim, as análises brasileiras já apontavam para a possibilidade de reinfecção, que “traz implicações clínicas e epidemiológicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em saúde”. (EM)

No Brasil

3.669.995 casos

116.580 mortes

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