Cuidadora de idosos tem corpo queimado por ácido jogado pelo ex-namorado em Itapuã

O vestígio da barbárie ainda estava no asfalto. Misturado à terra, o que sobrou da roupa ainda trazia fios de cabelos e fragmentos da pele da cuidadora de idosos Eliana Teixeira Santos, 41 anos. Ela teve 30% do corpo queima por ácido jogado pelo ex-namorado nesta segunda-feira (10), no bairro de Itapuã, em Salvador.

O acusado, que não teve o nome informado, insistia para reatar a relação, finalizada há pouco mais de seis meses. Eliana teve queimaduras no rosto, pescoço, tórax e braços. Ela está internada no Hospital Geral do Estado (HGE). O estado de saúde dela grave.

Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Deam/Brotas investiga o caso. “Foram expedidas guias de exames de lesões corporais, familiares estão sendo ouvidos na unidade e incursões são realizadas para localizar o autor”, diz nota.

O suspeito foi preso nesta terça-feira (11) por policiais militares no bairro de Valéria. Ele está sendo ouvido na Deam de Brotas. Segundo a Polícia Civil, ele confessou o crime e poderá responder por tentativa de feminicídio.

Segundo parentes de Eliana, a cuidadora de idosos pôs fim no relacionamento assim que descobriu que o ex é um traficante de drogas. “A partir daí, ela não quis mais ele, porque ela é uma pessoa honesta, não gosta de coisas erradas. Ele traficava e tinha fixação por Eliana. Ela agora está em estado grave”, declarou o padrasto dela, o segurança Nilton Barbosa da Silva, 50.

Vizinhos disseram a Nilton que o acusado estava desde o início da manhã rondado a casa em um carro. Num determinado momento, o criminoso entrou num bar que fica em frente à casa da mãe da cuidadora. “Ele entrou e pediu uma água e ficou escondido”, relatou Nilton.

Por volta das 11h, Eliana saiu da casa da mãe para ir trabalhar. O imóvel fica no fundo de um prédio. Nilton a acompanhou até o portão. A cuidadora seguiu caminhado para o ponto de ônibus da Lagoa da Abaeté. Ao perceber que o padrasto da ex já havia entrado, o criminoso entrou no carro estacionado a poucos metros e passou a seguir Eliana com o veículo em baixa velocidade.

Ao se aproximar dela, ele desceu do carro e a atacou com o ácido. “Na mesma hora, ela começou a gritar e o vestido vermelho começou a se desfazer junto com a pele. Na mesma hora, ela começou a tirar a roupa e saiu correndo apenas de calcinha. Parte do tecido do vestido dela ficou grudado na pele”, contou Nilton ainda aflito.

Segundo o padrasto, o acusado só não despejou todo o ácido nela porque catadores de materiais recicláveis, que passavam na hora, perceberam a situação e começaram a gritar. “Foi então que ele decidiu fugir com o carro”, relatou. Eliana foi socorrida por moradores ao HGE. (Correio*)

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