Pandemia é pior para mulheres, pretos e pardos e classes mais baixas, mostra pesquisa Datafolha/C6 Bank

– Os efeitos negativos da pandemia da Covid-19 são mais sentidos por mulheres, pretos e pardos e estratos com menor renda da população brasileira, revela pesquisa encomendada pelo C6 Bank ao Datafolha. O estudo, conduzido a fim de entender os impactos da pandemia sobre a população, mostra que as questões psicológicas, profissionais e financeiras advindas da crise afetam mais esses grupos do que os demais. A pesquisa ouviu 1.503 pessoas das classes A, B, C, D e E de todo o Brasil. As entrevistas foram realizadas por telefone entre 6 e 10 de julho, e a margem de erro é de 3 pontos porcentuais.

Embora o estresse provocado pela pandemia acometa a maior parte dos brasileiros, a intensidade com que ele se manifesta varia, em muitos casos, conforme renda, escolaridade, cor da pele e gênero.

Quando o assunto é dinheiro, por exemplo, as mulheres estão mais estressadas que os homens: 71% das brasileiras dizem estar mais ansiosas por conta de questões financeiras, contra 63% dos homens. São elas também que estão mais estressadas no trabalho. Com base apenas na PEA (População Economicamente Ativa), 59% das mulheres afirmam estar mais ansiosas por questões profissionais, versus 49% dos homens.

A pesquisa também mostra que, ao mesmo tempo em que as obrigações com a família aumentaram para as mulheres brasileiras, elas experimentam mais solidão neste período de pandemia do que eles. Enquanto 49% das mulheres se sentem muito isoladas e solitárias, 38% dos homens brasileiros relatam o mesmo. A diferença se amplia quando se observa quem tomou medicamento durante a pandemia para combater a ansiedade: 19% de mulheres versus 9% de homens.

O estresse com relação às finanças e o sentimento de solidão também é maior entre os autodeclarados pretos e pardos e as pessoas de menor remuneração. Cerca de metade dos integrantes das classes D e E se sente muito solitária e isolada, versus 24% da classe A, uma diferença de 26 pontos porcentuais.

Quando a pergunta é sobre redução da renda familiar, 61% dos pretos e pardos, 60% da classe C e 61% das camadas D e E afirmam que essa é a realidade para eles, enquanto 54% dos brancos e 50% das classes A e B reportam o mesmo.

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