Pelo menos dez hotéis devem fechar as portas devido à crise

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) já começa a apresentar impactos irreversíveis na economia baiana. A direção do histórico Pestana Convento do Carmo anunciou ontem (16), o fechamento do hotel em Salvador. Outros dez empreendimentos podem fechar as portas para sempre até o final do ano.

Em entrevista à Tribuna da Bahia, o presidente Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBRA), Silvio Pessoa, disse que o trade turístico do estado vive “tempos sombrios” e revelou que os impactos provocados pela pandemia serão irreversíveis. Alguns hotéis, bares e restaurantes começaram a fechar as portas apenas temporariamente, mas outros não veem perspectiva de recuperação.

“Pelo menos 15% dos hotéis irão fechar e 30% a 40% dos bares e restaurantes devem deixar de operar. O fechamento do Convento do Carmo é uma pena muito grande, pois tínhamos três unidades do Pestana Hotel, rede internacional, e perdemos todas. Estamos perdendo equipamentos de qualidade. Grande maioria dos hotéis que fecharem agora devem voltar a operar a partir de de julho, mas pelo uns dez hotéis devem fechar para sempre”, revelou.

Em nota oficial assinada pelos diretores Gustavo Jarussi, José Macedo e Pedro Pires, o Pestana Hotel Group anunciou o fechamento do Pestana Convento do Carmo, situado no bairro de Santo Antônio Além do Carmo, no Comércio. O estabelecimento era administrado pelo grupo há 15 anos.

“É com tristeza que tomamos a difícil decisão de encerrar as operações num destino tão querido, amável e caloroso como é a cidade de Salvador. Nosso especial agradecimento a todos os colaboradores que foram a alma e o coração desta unidade. Este trajeto nunca teria sido possível sem a forte parceria com a Ordem das Carmelitas”.

Recentemente, em março, a empresa portuguesa já havia deixado de operar o Pestana Bahia Lodge, localizado no bairro do Rio Vermelho. Em 2016, o Hotel Pestana foi fechado.

Com o fim das operações dos estabelecimentos em meio à crise sanitária, o trade turístico já apresenta demissão em massa. “O primeiro setor a ser atingido com essa crise é o lazer de turismo. Temos um volume grande de desempregados nesse momento. Os hotéis estão fechando e nossos colaboradores ficando sem atividades. Pelo menos três a quatro hotéis já foram fechados. A gente não acredita que parte dos estabelecimentos voltem a operar a curto e médio prazo”, avaliou.

Ele lamentou que a pandemia tenha ocorrido enquanto o trade turístico do estado se recuperava dos percalços de 2019, que foi impactado negativamente sobretudo pela crise da Avianca e do vazamento de petróleo cru que atingiu o litoral de praias do Nordeste.

“Começamos a recuperar em março deste ano, mas no final do mês começaram a aparecer os primeiros casos de coronavírus e as reservas começaram a ser canceladas. Fechamos o mês com ocupação de 39%, quase 30% a menos do que março do ano passado. São tempos sombrios que vamos pela frente. Estamos ao lado das autoridades, mas tudo isso tem que ser revisto logo, porque quanto mais tempo demorar, mais a solução também se afasta”, analisou Silvio Pessoa.
(Tribuna da Bahia)

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