Universidades na frente do combate ao coronavírus

As aulas presenciais pararam, mas a “balbúrdia” de professores, alunos e pesquisadores nas universidades brasileiras está cada vez mais acelerada e afiada. Mesmo com recursos escassos. É que as universidades estão na linha de frente de combate ao coronavírus. Especialmente, agora, por causa do avanço do número de infectados no Brasil. Momento em que a ciência e a tecnologia são ainda mais necessárias para que o país possa restringir os impactos da pandemia, como Mar Sem Fim já abordou.

Para quem não se lembra, “balbúrdia nas universidades” foi o termo utilizado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub (aquele que escreve imprecionante em vez de impressionante), para justificar cortes nas verbas destinadas às instituições federais de ensino no ano passado. Desde então, toda a vez que uma universidade, federal ou não, anuncia avanços em pesquisas não faltam pessoas para lembrar quais são as verdadeiras “balbúrdias” que elas produzem: ciência e conhecimento. O termo pegou.

E se alastrou ainda mais em 2020, quando o governo federal cortou quase R$ 20 bilhões do orçamento anual destinado à Educação, comparativamente à já minguada verba de 2019. Para as universidade federais, o corte é de R$ 7,3 bilhões. Somam-se a esse valor mais R$ 2,9 bilhões cortados da verba direcionada aos hospitais universitários, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias, sancionada por Jair Bolsonaro em 18 de janeiro.
E, acrescentamos, faz parte do que se espera delas com seus estudos, sugerir políticas públicas. Mas, para que sigam adiante, é preciso abertura por parte do poder público. Abertura esta, impossível de se esperar de um presidente que não acredita na ciência e demoniza a academia.

O principal papel tem sido compartilhar o conhecimento disponível com a população, organizar esforços para atender necessidades como oferta de testes e medicamentos bem como formular e avaliar as políticas implementadas pelos governos. As universidades são fundamentais para a produção de métodos diagnósticos adequados ao nosso perfil sanitário e insumos para a prevenção como vacinas e medicamentos.”

E, acrescentamos, faz parte do que se espera delas com seus estudos, sugerir políticas públicas. Mas, para que sigam adiante, é preciso abertura por parte do poder público. Abertura esta, impossível de se esperar de um presidente que não acredita na ciência e demoniza a academia. Foto por, ALI SHIRBAND (Estadão)

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