Panelaço contra Bolsonaro dura mais de uma hora

Em meio a intensa crise internacional causada pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está tendo que lidar com mais uma situação desconfortante: manifestações contrárias ao seu governo. Depois do panelaço de terça-feira (17), críticos ao presidente foram, às 19h30, para as janelas de suas casas e apartamentos e fizeram um novo ato contra o chefe do Executivo.

O ato aconteceu uma hora antes do previsto e foi até depois das 21h. Bolsonaristas tentaram fazer um ato semelhante, em apoio ao presidente, mas não durou muito. Na Asa Sul, em Brasília, a tentativa dos apoiadores de Jair Bolsonaro foi abafada pelos gritos de “fora Bolsonaro”.

Dentre as pautas de reivindicação estão: defesa da educação, das estatais, do serviço público e contra a carteira de trabalho verde e amarela. O ato estava marcado para acontecer nas ruas, mas com a pandemia causada pelo covid-19, os manifestantes optaram por não fazer aglomerações.

As ações se ampliaram após o presidente da República desobedecer as orientações do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), incentivando e participando de manifestações no último domingo (15), mesmo estando em quarentena. Além dos riscos à saúde pública que a aglomeração em tempos de pandemia causou, os atos pediram fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Semana de crise

Na noite de terça (17), houve um adiantamento do ato que aconteceu hoje e, em diversas capitais do país, pessoas foram para as janelas se manifestar contra o chefe do Executivo. Este adiantamento foi impulsionado pela repreensão que Bolsonaro sofreu de um imigrante, que disse ao presidente que ele deveria ter mais responsabilidade com a saúde pública e desistir do cargo.

No mesmo dia, foi apresentado na Câmara dos Deputados, um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Esse pedido aponta cinco crimes de responsabilidades cometidos pelo presidente, são eles: apoio e convocação às manifestações do dia 15 de março de 2020, por meio da divulgação de vídeos em redes; declaração, no último dia 9, de que as eleições gerais de 2018 foram fraudadas, cujas provas estariam em suas mãos e nunca foram apresentadas, nem no foro competente e nem para a imprensa; declarações indecorosas direcionadas à jornalista Patrícia Campos Mello, feitas no dia 19 de fevereiro; publicação de vídeo, em rede social, com conteúdo pornográfico, ocorrida no carnaval do ano de 2019 – o famoso episódio do goldem shower; determinação expressa de comemoração do Golpe Militar de 1964, direcionada às Forças Armadas Brasileiras, em 25 de março de 2019.

Na segunda-feira (16), Bolsonaro foi alvo de duras críticas de uma ex-aliada, Janaína Paschoal (PSL-SP). A deputada estadual, que era a principal aposta de Bolsonaro para concorrer à vice-presidência ao seu lado, disse que o chefe do Executivo precisa sair da presidência imediatamente.

Panelaço espontâneo

Durante a tarde, enquanto o presidente Bolsonaro falava sobre o coronavírus em coletiva de imprensa, o Rio de Janeiro registrou panelaços em diversos cantos da cidade, antecipando os atos que aconteceram à noite.

Panelaço de apoio

Para abafar as crescentes críticas os aliados de Jair Bolsonaro, junto com militantes bolsonaristas, convocaram um panelaço em apoio ao presidente.O ato aconteceu às 21h. (Congresso em Foco)

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