Projeto sugere alerta de GPS para áreas perigosas

Não é raro que a imprensa dê destaque a casos em que turistas, principalmente estrangeiros, sejam alvo de criminosos em áreas violentas das grandes cidades por que foram guiados pelo GPS. Um projeto de lei (PL 4334/16) aprovado pela Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara sugere que quem projete os mapas destes dispositivos crie sistemas de alerta para que o motorista seja avisado de que está entrando em uma zona perigosa.

A proposta original obrigava as empresas que comercializam estes sistemas no país a instalarem os sistemas de alerta. E determinava que as informações sobre as áreas de risco fossem fornecidas pelo Poder Público. O texto alternativo aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia coloca o serviço apenas como uma possibilidade. A justificativa é que os dados sobre áreas onde a criminalidade é alta nem sempre estão disponíveis ou são padronizados.

Mesmo com a modificação feita no texto, uma das autoras do projeto, a deputada Carmen Zanotto, do Cidadania de Santa Catarina, comemora a aprovação na comissão.

“Normalmente as rotas, elas seguem muito mais a questão da distância, o tempo mais curto para chegar até lá, se tem trânsito, se não tem trânsito, mas muitas vezes passando por áreas com maior índice de criminalidade; o dispositivo deve alertar o condutor do veículo que ele está se aproximando de uma área de risco, de uma área com maior vulnerabilidade para a criminalidade. Com isso, ele pode optar se ele segue aquela rota ou não”.

Rogério Isaias da Silva, diretor do Sindicato dos Trabalhadores com Aplicativos de Transportes Terrestres de São Paulo (SATTESP), informa que muitos motoristas estão criando mecanismos para se proteger da criminalidade, como códigos em grupos de Whattsap. Ele afirma que a iniciativa de instalar alarmes no GPS ajuda, mas não é uma solução definitiva. E alerta para um problema decorrente do mapeamento das áreas críticas.

“O pessoal da periferia, tem muito pessoal de bem que precisa ser atendido. Se a gente for recusar toda viagem que é numa área de risco, que é na periferia, a gente vai estar deixando de atender à classe que é mais prejudicada”.

O diretor sindical lembra também que atualmente, o motorista que recusa uma corrida pode ser bloqueado pela plataforma do aplicativo de transporte e deixa de prestar o serviço. Por isso, no caso de sua categoria, ele sugere uma negociação com os empresários para se chegar a uma solução que não prejudique os trabalhadores.

A proposta que sugere a criação de um sistema de alerta no GPS para avisar sobre áreas de risco ainda tem que ser examinada pela Comissão de Constituição e Justiça antes de ir para o Senado.(Rádio Câmara)

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