Proposta de vereadora pretende transformar Zoológico de Salvador em santuário para animais

Protetores dos animais retomam a discussão após morte de hipopótamo de 40 anos.

A ideia de transformar os perversos zoológicos em santuário para abrigar os animais que não podem mais voltar à natureza é uma reivindicação antiga da proteção animal. Este também é o entendimento da vereadora Ana Rita Tavares (PMB), que foi externado durante a Sessão Plenária da Câmara Municipal de Salvador no último dia 18. O assunto retornou à pauta após a morte do hipopótamo João, de 40 anos, dia 14, no Zoológico de Salvador. Segundo o diretor da unidade, o veterinário Vinícius Dantas, o animal faleceu de causas naturais.

Ana Rita é autora de um projeto de indicação que visa transformar a estrutura atual dos ZOOs em centros de reabilitação de animais vitimizados pela violência humana. O espaço abrigaria unidades pós-operatórias para cães e gatos castrados e que vivem em situação de rua, ou sob a guarda de pessoas carentes. Ainda de acordo com a proposta, o novo local também seria um tipo de santuário, “local de refúgio e segurança onde animais poderão exercer, com um mínimo de condições, seus instintos e sua natureza selvagem”, diz o texto do Projeto de Indicação encaminhado ao Governo do Estado. “Nesse refúgio, os animais não serão mais tratados como se fossem objetos autômatos criados para a diversão e o entretenimento das pessoas”, garante Ana Rita.

A vereadora informou que a proposta está em sintonia com a realidade local, uma vez que a Bahia encontra-se entre os estados com a maior incidência de tráfico de animais silvestres. Anualmente, são apreendidos cerca de 20 mil animais em operações realizadas pelo Ibama. No estado, é também expressivo o número de animais domésticos vítimas de maus-tratos, em episódios de abandono, agressões diversas, atropelamentos, privação de liberdade e de alimento.

A Lei Complementar nº 140/2011, que fixa normas para a cooperação entre os entes federados no que diz respeito ao exercício da competência comum de proteger o meio ambiente, definiu como ações administrativas dos Estados o fomento das atividades que conservem em seu habitat as espécies da fauna ameaçadas de extinção; o controle da captura de animais silvestres; e a aprovação do funcionamento de criadouros.

Zoológico de Salvador – Inaugurado em 1958, o Zoológico de Salvador abriga mais de 1.600 animais, divididos em 158 espécies. São 84 espécies de aves, 40 espécies de mamíferos e 34 de répteis. 34% delas estão ameaçadas de extinção em seu ambiente natural. O parque, localizado no bairro de Ondina, em área verde de aproximadamente 250.000 m², recebe cerca de 50 mil visitantes por mês e possui clínica veterinária, museu, setores de nutrição, botânica, educação ambiental, pesquisa e conservação, além da quarentena, local que abriga os animais em tratamento de saúde e os recém-chegados.

“Há uma estrutura física, técnica e operacional no Zoológico de Salvador que assegura o seu funcionamento. Porém, ainda que seja dotado de estrutura, instalações e profissionais habilitados para cuidar dos animais, inclusive, servindo de base para pesquisas relevantes, como aquelas que possibilitam a reprodução de espécies em risco de extinção, o zoológico, em sua essência, já não é mais o modelo a ser homenageado pela sociedade, porque fomenta e materializa a cultura do aprisionamento de animais, retirando-os da sua condição natural de liberdade”, conclui a parlamentar.

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