Alto número de suicídio de crianças e adolescentes chama atenção de deputados

Segundo o Ministério da Saúde, o suicídio é a 4° maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

O número de casos de crianças e adolescentes que cometem suicídio no Brasil cresceu. De 2003 a 2013, o país registrou aumento de 10% nos casos entre crianças e adolescentes de 9 a 19 anos. E o suicídio é a 4° maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, de acordo com o Mapa da Violência, que usa dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

Os números expressivos chamam a atenção dos deputados. Por isso, a Comissão de Seguridade Social realizou audiência pública para discutir medidas efetivas para a prevenção da automutilação e do suicídio nessa faixa etária.

O deputado Rodrigo Coelho (PSB/SC), que propôs a reunião, ressaltou que a sociedade e a imprensa não abordam o assunto para não estimular casos em potencial.

“Mas penso eu que o fato é que devemos quebrar esse tabu, afim de mudar uma triste realidade, que acontece dentro de nossas casas, de nossas escolas, e da sociedade como um todo. E que atinge todas as idades e classes sociais”.

A maior frequência de suicídios não se dá entre crianças e adolescentes, entretanto, para Cinthia de Araújo, assessora que lida com o assunto no Ministério da Saúde, o problema está na mudança recente.

“O que nos preocupa é a tendência recente de um aumento significativo, o que também não é uma exclusividade dessa faixa, mas ela tem um impacto social importante. Ela reflete que os nossos jovens estão sofrendo e que a gente precisa de intervenções mais focalizadas”.

O coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes, do UNICEF Brasil, Mario Volpi, destacou o papel de pais e responsáveis no monitoramento do conteúdo que as crianças e adolescentes consomem na internet. Além de criarem um espaço para que os jovens possam conversar com eles sobre o que os incomoda.

“Nós temos que criar espaços de escuta. Os jovens precisam ter com quem conversar sobre isso. Quem vão ser essas pessoas? Serão suas famílias, será a escola, será a igreja, serão os espaços comunitários,

Ele ressalta a importância de disseminar um conteúdo de qualidade nessas conversas.

“Nós precisamos identificar esses atores e dizer qual é o apoio que nós vamos dar a essas pessoas para poderem conduzir uma conversa sobre esse tema que não seja, por um lado, uma conversa irresponsável, que não vai a lugar nenhum, e nem uma conversa alarmista que cria um grande problema na sociedade e que não resolve”

Em abril deste ano, proposta da Câmara instituiu uma Política Nacional de Prevenção à Automutilação e ao Suicídio (13.819/19), que pretende reunir ações políticas públicas sobre o tema. Agora, deputados de diversos partidos estão colhendo assinaturas para criar a Frente Parlamentar de Combate ao Suicídio e à Automutilação.(Rádio Agência)

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