Mutirão reúne 500 voluntários em ação internacional de limpeza de praias

Pneus, latas, calçados e, principalmente, plástico. Os produtos confeccionados em plástico representam quase dois terços dos materiais descartados de forma irregular nas praias de Salvador. Foi buscando conscientizar a população da necessidade de manter as praias limpas, proteger a vida marinha e conservar o meio ambiente que a capital baiana sediou, neste sábado (15), a 5ª edição do World Clean Up Day, que atraiu cerca de 500 voluntários. A atividade acontece, simultaneamente, em 150 países.

Ocorrendo também em parques, rios, florestas e outros espaços públicos, o World Clean Up Day conta com parceria da Organização das Nações Unidas (ONU) e, na capital baiana, tem o apoio da Prefeitura, por meio da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb). Em anos anteriores, a iniciativa foi responsável pelo recolhimento de cerca de uma tonelada de resíduos sólidos das praias soteropolitanas. Além do Farol da Barra, a ação aconteceu também em outros pontos turísticos de Salvador, como Itapuã, Ondina, Porto da Barra, Ribeira e praias do Subúrbio Ferroviário.

“Nossa intenção é sensibilizar os cidadãos de Salvador durante todo o ano, e no Clean Up Day ocorre a reunião de todos esses esforços para realizar um trabalho ainda mais eficiente. Durante a atividade, além de recolher o lixo do fundo do mar e da faixa de areia, sacolas são distribuídas para que os resíduos não sejam descartados de forma irregular. Também realizamos a conscientização por meio de abordagens e entrega de panfletos. Nosso trabalho de sensibilização, com esse apoio das demais instituições e da população fica ainda mais completo”, destaca Letícia Marques, coordenadora de Educação Ambiental da Limpurb.

Parcerias – São parceiros também a Universidade Católica de Salvador (UCSAL), o projeto Fundo Limpo, que reúne um grupo de mergulhadores que atuam voluntariamente na conscientização e limpeza das praias da cidade, além do Projeto Tamar, que participa da ação para reforçar o impacto que os resíduos causam à vida marinha.

“Atuo há quase uma década na pesquisa do impacto do descarte irregular dos resíduos na fauna. Salvador já é uma cidade bastante atuante nesse tipo de ação, e eu quero crer que já temos alguma melhora nesses últimos dez anos. Mas a melhora é ainda pequena, embora cada ano de mutirão signifique menos lixo no mar. O Clean Up é importante para mostrar a população de que é possível reunir um grupo de pessoas interessadas e trabalhar em prol do meio ambiente, pois, do jeito que está, se prejudica toda a cadeia ambiental, há prejuízos para a fauna e flora marinha, além do próprio ser humano, que acaba ingerindo por tabela as micropartículas plásticas que os peixes ingeriram anteriormente”, destaca Moacir Tinoco, biólogo e professor de Planejamento Ambiental.

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