Permanece o impasse entre rodoviários e empresários do Consórcio Integra, que não chegaram a um acordo na tarde desta quarta-feira, 23, durante a audiência de conciliação na Justiça do Trabalho. A vice-presidente do TRT, Desembargadora Débora Maria Lima Machado, se reuniu separadamente com as partes, na tentativa de resolver a situação, e fez uma proposta de 2,2% de reajuste no salário e no tíque alimentação, que não foi aceita pelos trabalhadores.
“Tentei de todas as formas, mas infelizmente não logrou êxito”, disse a desembargadora. Com o resultado da audiência, o julgamento do dissídio coletivo dos trabalhadores foi marcado para a próxima segunda-feira, 28.
O secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota, acompanhou a audiência e conversou com representantes dos rodoviários, enquanto a desembargadora se reunia com empresários em uma sala onde não foi permitido o acesso da imprensa.
Frota mínima
As empresas que exploram o transporte urbano serão autuadas por conta do descumprimento da decisão judicial de colocar 50% da frota de ônibus circulando nos horários de pico e 30% nos demais períodos. A informação é da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob). De acordo com o órgão, os consórcios serão autuados e terão um prazo para se defender, já que cabe multa de R$ 1,12 milhão.
O prefeito ACM Neto endureceu o discurso em relação aos rodoviários e empresários, dividindo a responsabilidade entre eles pelo descumprimento da decisão judicial.
Para ele, os trabalhadores “fizeram de tudo” para impedir a saída dos coletivos das garagens e “não houve o devido esforço por parte dos empresários” para cumprir a determinação judicial.
Após a audiência de conciliação, o presidente do Sindicado dos Rodoviários, Hélio Ferreira, convocou 50% dos motoristas de ônibus e comparecerem nas garagens nesta quinta-feira, 24. Segundo ele, os cobradores não precisam ir porque os coletivos “tem que rodar” sem cobrar passagem da população.
Plano de contingência
Nesta quarta, de acordo com a prefeitura, o descumprimento da frota mínima prejudicou o plano de contingência, já que sobrecarregou o uso dos micro-ônibus do Subsistema de Transporte Complementar (Stec). Apesar disso, o prefeito garantiu que a volta para casa, no final da tarde, terá entre 700 e 800 veículos nos 35 principais corredores da cidade.
Essa frota é composta pelos Stec, além de vans escolares e veículos metropolitanos, que estão reforçando o transporte em Salvador nesta quarta. (A Tarde On Line)