“O racismo estrutural tenta obrigar as pessoas negras a serem mão de obra barata para sempre”, diz Ireuda Silva

A vereadora licenciada Ireuda Silva (Republicanos) demonstrou preocupação com os dados divulgados nesta segunda-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Previdência, mostrando que aumentou o regate de trabalhadores domésticos em condições análogas à escravidão. Foram 31 casos em 2021, número maior do que em 2017, quando a modalidade passou a vigorar.

E não é só isso: segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mulheres negras são as principais vítimas da exploração. “A pesquisa descortina um cenário alarmante, lamentável, mas que já imaginávamos; os casos de pessoas negras escravizadas Brasil afora, principalmente mulheres, têm sido cada vez mais noticiados pela mídia. Esses fatos são o diagnóstico de duas enfermidades sociais: a de que a exploração ainda não acabou e que vivemos o mito da democracia racial. O racismo existe, sempre foi muito forte e estruturado”, avalia Ireuda.

De acordo com a republicana, o racismo estrutural ainda tenta fazer com que as pessoas negras, excluídas e marginalizadas, carreguem o país nas costas para sustentar uma elite privilegiada, dando continuidade ao modelo escravista. “O Brasil foi construído pelos negros escravizados, que foram a força-motriz em todos os ciclos econômicos, das minas às fazendas de café. Hoje, pela negação de acesso à educação, de oportunidades de emprego e inclusão social, o racismo estrutural tenta obrigar as pessoas negras a serem mão de obra barata para sempre. Não é à toa que o Brasil continua a ser um dos países com maior desigualdade de renda no mundo”, pontua.

Ireuda aponta ainda que a maior vulnerabilidade das pessoas negras, sobretudo das mulheres, à violência, é outra faceta do racismo. “No período escravista, os escravizados eram punidos com violência e morte. Será que as coisas mudaram muito de lá para cá? As estatísticas mostram que jovens negros, em especial as mulheres, são as principais vítimas de assassinatos no país. É um genocídio silencioso”, afirma.

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