Hospitais filantrópicos e Santas Casas fazem ato de protesto nesta quarta-feira

Campanha organizada pela CMB terá procissão, rumo à Esplanada dos Ministérios

Em mais uma ação da campanha “Chega de Silêncio”, organizada pela CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos) e na qual os hospitais filantrópicos e Santas Casas de todo o Brasil alertam o poder público sobre a alarmante situação financeira dessas instituições, representantes de mais de cem unidades hospitalares e das 18 federações estaduais se reunirão em caravana até o Senado, nesta quarta-feira (25), às 18h, para expor o preocupante cenário aos parlamentares.

Às 16h30, o grupo participará de reunião com a Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, presidida pelo deputado federal Antonio Brito e, às 18h, caminhará em procissão rumo à Esplanada dos Ministérios, local onde, na semana passada, foram instaladas mais de 1.800 cruzes representando as 1.824 entidades filantrópicas de saúde do país.

Os hospitais filantrópicos e Santas Casas são responsáveis pelo atendimento de mais de 50% da demanda de média complexidade do SUS (Sistema Único de Saúde) e 70% da alta complexidade. No entanto, são remunerados em 60% do que custa a prestação dos serviços ao SUS e sofrem com a defasagem, de quase duas décadas, no reajuste da tabela de procedimentos. Isso, somado ao endividamento ocasionado por empréstimos para conseguirem se manter, resultaram em um débito que já alcançou mais de R$ 20 bilhões e culminaram, nos últimos seis anos, no fechamento de 315 hospitais filantrópicos.

O cenário agravou-se com a pandemia e, agora, outro fator traz desespero às entidades: a aprovação do Projeto de Lei 2.564/2020, que trata do piso da Enfermagem. A CMB salienta que o setor não é contrário à proposta, porém, o texto não indica a fonte de financiamento para arcar com os custos. “Não há como pagar e suportar o impacto deste piso salarial para os hospitais filantrópicos que prestam serviços ao SUS, estimado em R$ 6,3 bilhões apenas no primeiro ano de vigência, acrescido nos anos seguintes dos reajustes pela aplicação do índice inflacionário legalmente previsto”, fala o presidente da CMB, Mirocles Véras. “Este extraordinário montante financeiro não está ancorado em nenhuma espécie de fonte de financiamento, tornando insustentável aos hospitais seus funcionamentos e estabelecendo-se definitivamente suas falências”, conclui.

Sobre a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB)

Fundada em 1963, a CMB é uma entidade sem fins lucrativos que promove a união, integração e representação das Federações de Misericórdia, constituídas nos respectivos Estados, bem como das Santas Casas, Entidades e Hospitais Beneficentes. É composta por 18 Federações estaduais e representa 1.824 hospitais sem fins lucrativos em todo o país.

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