Empresa transforma processos e deixa de destinar 275 toneladas de lixo por ano para aterro sanitário

Com projeto de aterro zero, os resíduos produzidos são reutilizados, sendo destinados para reciclagem ou para combustão em fornos para produção de cimento

O material descartado pelas indústrias pode servir de combustível para geração energética, evitando envio para aterros e lixões, prejudiciais ao meio ambiente. Em duas fábricas de Curitiba, 275 toneladas de lixo produzidas em um ano, que antes eram em sua maioria encaminhadas para aterros sanitários, agora são enviadas para reciclagem, além de servir como material para combustão e produção de cimento.

A indústria Neodent, com duas plantas fabris na Cidade Industrial de Curitiba, iniciou o ano de 2022 como uma empresa aterro zero. O projeto para destinação sustentável dos resíduos começou em 2019 com o monitoramento da quantidade de material descartado e, no final do ano passado, com as autorizações ambientais para a destinação correta, passou a destinar 100% do resíduo ou para a reciclagem ou para o coprocessamento.

Em 2020, foram enviadas 275 toneladas de resíduos para aterro sanitário, o que representava 41% do total de resíduos gerados. Em novembro de 2021, essa quantidade já estava reduzida para 117 toneladas e esse número seguiu caindo até o envio total para coprocessamento. “Implantamos diversas ações de melhoria internas em 2021, desde a coleta seletiva do resíduo até alterações na infraestrutura, o que permitiu iniciarmos 2022 sendo uma empresa lixo zero. Sabemos da nossa responsabilidade na destinação correta do lixo e, mesmo em um período de forte expansão, trabalhamos para produzir cada vez mais, com menos impacto para o meio ambiente”, comenta o CEO da Neodent e EVP do Grupo Straumann na América Latina, Matthias Schupp.

Diariamente, a empresa KWM faz a separação do resíduo nas fábricas. Os recicláveis – como papel, papelão ou plástico – servem de matéria-prima para outras indústrias. Já os resíduos orgânicos – como estopa, pano, luva, toucas, ou materiais contaminados com óleo ou produtos químicos – são enviados para empresa especializada em coprocessamento. Essa tecnologia transforma o material para processo de combustão em fornos que produzem cimento. Ao invés de usarem carvão, diesel ou gás para a geração de calor, esses fornos utilizam resíduos industriais, que possuem alto poder de combustão.

Emissão de gases

Além da destinação inteligente dos resíduos, o monitoramento da emissão de gases causadores de efeito estufa é o primeiro passo para redução desse dano. As fábricas Neodent e ClearCorrect, em Curitiba, iniciaram em 2020 o controle de emissões diretas – pelas quais as empresas são completamente responsáveis, como gases refrigerantes de ar-condicionado e queima de gás diesel nos geradores de energia -, emissões indiretas – causadas pelo sistema interligado de energia brasileiro (SIN) utilizado nas indústrias – e emissão de terceiros, como parceiros ou empresas das quais utilizam o serviço.

O monitoramento garantiu para ambas as empresas o Selo Ouro no primeiro inventário de emissões (2020), por meio do Selo Clima Paraná, uma ação do governo paranaense para redução das emissões das indústrias. “Com o relatório de emissões, estamos planejando mudanças em nossos processos para conseguir diminuir significativamente a emissão de gases, principalmente de CO2e, nos próximos anos”, explica Guilherme Stival, Gerente de Sustentabilidade da Neodent.

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