“Voltar às aulas presenciais é seguro, mas com o devido cuidado”, afirma médico sanitarista

Para o professor de Saúde Pública e Epidemiologia do Centro Universitário São Camilo, Sérgio Zanetta, o avanço da vacinação contra o Coronavírus permite que as instituições de ensino retornem com 100% da capacidade – desde que sejam mantidas as medidas de proteção

Se não há um lockdown em vigor, as escolas devem ser as últimas a fecharem e as primeiras a reabrirem suas portas. É como avalia o médico sanitarista Sérgio Zanetta, professor de Saúde Pública e Epidemiologia do Centro Universitário São Camilo – SP, com base no aprendizado adquirido nos dois últimos anos de controle da pandemia do Coronavírus.

Embora a rápida e crescente disseminação da variante Ômicron tenha surpreendido o Brasil, o País a recebe com um nível elevado de vacinação; e agora, com a possibilidade de imunizar crianças de 5 a 11 anos de idade com vacinas da Pfizer e Coronavac. Nesse contexto, começam as discussões a respeito da volta às aulas em escolas e universidades.

Para o sanitarista, em primeiro lugar, é preciso acompanhar o andamento da pandemia. “Se ela recrudescer e nós perdermos o controle da transmissão, se houver um agravamento da situação, medidas sanitárias gerais precisarão ser tomadas, chegando eventualmente a um lockdown”, lembra Zanetta. “Fechar o ambiente de ensino foi extremamente danoso para a sociedade. O aprendizado não é estritamente conhecimento, mas é a construção de habilidades e competências variadas que envolvem o contato entre as pessoas”, pondera.

Confira abaixo as respostas do especialista a algumas das perguntas mais frequentes sobre a volta às aulas:

É realmente seguro voltar às aulas presenciais agora?

“A escola é um dos ambientes de convívio que, mesmo durante a pandemia, têm o melhor controle. E o que devemos fazer é ter cuidado e atenção. Dentro da escola e da universidade, todos precisam estar de máscara o tempo todo. Os professores estão vacinados, os alunos também, e estamos estendendo a vacinação progressivamente às crianças. Um dos ambientes mais seguros que existem é a escola.”

Quais medidas podem ser adotadas para que essa volta seja mais segura?

“Se reunir em ambiente de aula e atividades em salas com boa troca de ventilação externa, para que não se deixem acumular eventuais aerossóis que sejam formados.

Nós temos como operar as escolas e faculdades com medidas de proteção não-farmacológicas: máscaras, distanciamento, ventilação, higienização das mãos e uso frequente de álcool em gel. Isso porque estamos vacinados.”

Mas como garantir a segurança no trajeto até as escolas? E as atividades fora da escola?

“Para preservar o ambiente de ensino, você precisa tomar os cuidados já conhecidos, se manter usando máscara, e não se reunir em ambientes confinados sem máscara.”

O que deve ser feito caso surjam sintomas da Covid-19 após o início das aulas?

“Se tiver algum sintoma de síndrome gripal como tosse, febre, dor de garganta e coriza, não hesite. Se afaste, avise à escola que você tem sintomas, entre no modo de ensino híbrido e mantenha-se afastado por 10 dias – porque possivelmente não haverá testes disponíveis para todos.”

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