A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), palestrou na I Conferência Municipal Novembro Negra, promovida pelas secretarias de Reparação e da Mulher. Em sua fala, a republicana falou sobre a própria trajetória e sobre os desafios da mulher negra nos espaços de poder e na política.
“Minha trajetória foi e sempre será minha motivação para seguir em frente e me reerguer quantas vezes for necessário. Embora numeroso, nós, mulheres negras, somos um contingente que ainda patina no que tange a questões como inserção no mercado de trabalho e luta contra a discriminação e violências diversas. E, claro, representatividade em espaços de poder”, pontuou.
“É imperioso discutir participação política e empoderamento das mulheres negras como estratégia de transformação social. Já ponderei que as mulheres, em linhas gerais, estiveram e ainda estão em diversos espaços de poder, mesmo que em número infinitamente menor que os homens. Entretanto, quando aplicamos o recorte da negritude, vemos essa presença reduzida a quase zero, limitando-se a cargos que, de alguma forma, estejam ligados a questões raciais”, acrescenta.
Ireuda também defende que os homens precisam ser aliados permanentes na luta contra o machismo e o racismo. Segundo ela, no entanto, não se trata de fazer concessões, pois as mulheres não precisam pedir permissão aos homens. “É dever dos homens pensar e discutir o assunto, já que são representantes de um sistema que socialmente os coloca num nível superior às mulheres. Combater o machismo e as imposições do patriarcado é um compromisso a ser assumido por todos”, diz. “Para continuar escalando a pirâmide social, as mulheres negras precisam de mais oportunidades de emprego e melhores salários, que ainda são menores que os dos homens, além de apoio e maiores condições para se resguardar da violência e do assédio sexual”, completa.
