Após um ano e meio de pandemia, apenas 6% dos pais consideram manter os filhos no ensino remoto em casa, aponta pesquisa

Levantamento nacional do Instituto Escolas Exponenciais com mais de 500 escolas de 25 estados brasileiros mostra postura amplamente favorável ao retorno das atividades presenciais; pais que pretendem mudar o filho de escola consideram fator financeiro determinante, mesmo que a inadimplência entre as famílias nas instituições tenha reduzido de 22% em 2020 para 10% em 2021

A aproximação do final de mais um ano letivo em meio à pandemia da Covid-19 aquece novamente as discussões sobre os modelos de ensino e o desenvolvimento escolar de crianças e adolescentes. A volta às aulas presenciais já está sendo obrigatória em alguns estados do Brasil em 2021, causando expectativas sobre qual será o formato de ensino previsto para 2022.

Segundo pesquisa nacional do Instituto Escolas Exponenciais, realizada entre agosto e setembro deste ano com mais de 500 escolas privadas em mais de 200 cidades de 25 estados do Brasil, a taxa média atual de ocupação nas salas de aula é de 63%, mostrando uma adesão da maioria dos alunos do Ensino Infantil ao Médio quanto ao retorno das atividades presenciais. Para o próximo ano, 94% dos pais querem que os filhos retornem às aulas presenciais. Os outros 6% afirmam que optariam por manter os filhos em casa se o ensino híbrido ainda for mantido.

Para as instituições de ensino, a continuidade do ensino híbrido para o próximo ano divide opiniões. O estudo mostra que 53% dos diretores escolares veem a possibilidade como uma oportunidade, enquanto 47% a consideram um desafio.

Proatividade e bom desempenho na pandemia fidelizaram famílias

No entanto, independentemente do modelo de ensino que irá vigorar no próximo ano letivo, a fidelização de famílias e alunos no ano de 2021 gerou impacto nas matrículas e rematrículas para 2022. Apenas 21% dos pais têm a intenção de mudar o filho de escola. O dado reforça o reconhecimento com relação ao trabalho desempenhado pelas instituições no último ano, cuja pontuação de Net Promoter Score (NPS) saltou de 59 pontos em 2020 para 74 em 2021.

As razões que mais aparecem na decisão dos pais em manter o filho na escola atual é o cuidado, atenção pessoal com o aluno e relacionamento próximo entre a comunidade escolar (47%) e a qualidade na formação acadêmica dos alunos e da equipe pedagógica (46%).

Impacto financeiro é fator determinante para a escolha da escola

Uma a cada 10 famílias entre os que pretendem buscar uma nova instituição de ensino para os filhos tomou essa decisão em decorrência de dificuldades financeiras. O estudo revela que 41% desses pais irão buscar escolas com mensalidades mais baratas e 40% pretendem negociar o valor da mensalidade na escola atual.

De maneira geral, localização entre casa, trabalho e escola, o relacionamento com os profissionais que atuam diretamente com as crianças e o tratamento impessoal ou falta de atenção com os filhos também aparecem como fatores responsáveis pela escolha dos pais e responsáveis em buscar uma nova instituição de ensino.

As instituições de ensino afirmaram ainda que problemas financeiros dos pais geraram a maior parte da perda de alunos ao longo do último ano, representando 56%, mesmo que a perda tenha sido relativamente baixa – 39% das escolas relataram redução de matrículas. No entanto, a inadimplência foi considerada um problema significativo por 40% das escolas.

Entretanto, a inadimplência entre as famílias nas escolas reduziu de 22% em 2020 para 10% em 2021, revelando uma melhora essencial para a continuidade das atividades de muitas instituições que passaram por dificuldades desde o início da pandemia.

Vahid Sherafat, CEO do Instituto Escolas Exponenciais e Coordenador da pesquisa, explica que os dados visam entender a forma em que a educação está se adaptando às necessidades atuais da sociedade. “Acredito que as percepções descobertas nessa pesquisa vêm num momento em que todas as atenções estão voltadas para a área da educação. O estudo nos dá informações atuais e precisas para dar base à novas iniciativas, projetos e investimentos. Sem dúvida, a área da educação foi profundamente afetada nos últimos meses e é essencial entendermos onde estamos e para onde devemos seguir a partir de agora”, completa.

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