Em seis dias, cinco freiras do mesmo convento morrem por Covid-19, em Curitiba

Em menos de uma semana, cinco freiras da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria, no Centro de Curitiba, morreram em decorrência da Covid-19.

“Muito grande o baque porque, às vezes, acontecia morte, mas de condições naturais, né? E, de repente, em sequência assim, foi muito difícil para nós. Uma tragédia que deixa a gente muito triste, mas confiamos que Deus vai estar nos amparando nesse momento de dor”, afirmou a madre Maria Madalena Ryndack, responsável pelo convento.
A madre conta que desde o início da pandemia, nenhuma irmã havia testado positivo para a doença. Contudo, no fim do mês de agosto, uma das freiras começou a apresentar sintomas que acreditava ser apenas de gripe.

Das 51 irmãs que fazem parte do convento, 29 foram diagnosticadas com o novo coronavírus.

“Não nos atentamos que era o vírus. Tudo isso disseminou muito rápido aqui. Como é uma casa de idosas, atingiu algumas irmãs mais frágeis na saúde, com comorbidades, e algumas vieram a óbito. Hoje, nós estamos passando pela quarentena, concluindo essa fase, a maioria das irmãs está recuperada. Temos duas irmãs na enfermaria e uma na UTI, mas temos esperança que elas vão vencer”, comentou.

A madre contou que elas sempre seguiram as medidas sanitárias de combate à Covid e que apenas algumas das irmãs mais jovens saem para resolver algumas coisas.

“As irmãs que saem e voltam mantém todos os cuidados necessários. O álcool gel está presente em todos os nossos ambientes. Mas, o vírus se espalhou tão rapidamente que acabou atingindo várias pessoas. Eu acredito que a vacina que tomamos [contra a Covid] tenha ajudado a evitar mais complicações e mortes”, disse.
Entre as vítimas que não resistiram à doença estão as seguintes freiras:

Irmã Helena Glovacki, de 95 anos, sendo 74 anos de vida religiosa. A morte ocorreu em 28 de agosto.
Irmã Elizabete Tartas, de 94 anos, sendo 64 anos de vida religiosa. Ela faleceu no dia 29 de agosto.
Irmã Marieta Bet, de 88 anos, sendo 70 anos de vida consagrada. A religiosa morreu no dia 30 de agosto.
Irmã Sofia Culaves, de 78 anos, sendo 59 anos de vida religiosa. A morte ocorreu no dia 31 de agosto.
Irmã Stella Albina Franzoi, de 87 anos, sendo 65 anos de vida religiosa. Ela morreu no dia 2 de setembro.
“Infelizmente não deu tempo de me despedir das irmãs. Nós temos o serviço de enfermagem na casa, porque nossas casas são equipadas para o atendimento ao idoso. Então as irmãs estão sempre acompanhando, cuidando e vendo a situação da saúde, mas infelizmente aconteceu de chegar aqui esse vírus”.

A madre Maria Madalena relatou que vários fiéis, amigos, familiares e conhecidos auxiliaram elas durante o período que precisaram ficar totalmente isoladas.

“Fico grata pelas irmãs que escaparam da doença e estão bem, assim como eu. Estamos pedindo a Deus para que proteja essas irmãs contaminadas, que elas possam sair do hospital, e as que estão na casa possam melhorar e retomar a vida normal”, afirmou a madre.

Além destas mortes causadas pela Covid-19, mais uma freira do convento morreu nesta semana, mas devido a outras doenças.

Irmã Maria Catarina da Silva ficou 47 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com complicações de um tumor de hipófise, septicemia e insuficiência renal.

Por meio de nota, a Arquidiocese de Curitiba lamentou o falecimento das freiras da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria.

“Expressamos nossos sentimentos aos familiares, amigos e a toda congregação. Descansem em paz”.
Pandemia na capital
A capital registrou 282.205 casos confirmados e 7.209 mortes pela Covid-19 desde o início da pandemia, conforme dados da prefeitura.

Nesta sexta-feira, são 7.770 casos ativos na cidade, correspondentes ao número de pessoas com potencial de transmissão do vírus.

A prefeitura informou que a taxa de ocupação geral de leitos de UTI para pacientes com suspeita ou casos confirmados da Covid-19 é de 65%.

A ocupação dos leitos de UTI do SUS destinados aos pacientes adultos com a doença é de 66%, enquanto a taxa da UTI pediátrica é de 20%.(G1) Foto: Arquivo pessoal/Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria

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