Medicamentos são as principais causas de alergias em idosos

Em 2043, aproximadamente 1/4 da população deverá ter mais de 60 anos

As alergias vêm crescendo, atingindo todas as faixas etárias, inclusive a terceira idade. Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) criou o Departamento Científico do Idoso.

A alergia a medicamento é a mais comum em pessoas acima dos 60 anos. Isso porque os idosos passam a tomar várias medicações para hipertensão, diabetes, entre outras doenças que surgem com a idade, a chamada polifarmácia.

Estudos apontam que em 2050 haja cerca de dois bilhões de pessoas com mais de 60 anos, a maioria delas vivendo em países em desenvolvimento. No Brasil, seguindo a tendência mundial, a expectativa para 2043 é que aproximadamente um quatro da população deverá ter mais de 60 anos, enquanto a proporção de jovens abaixo de 14 anos será de apenas 16,3%. Deste modo, o chamado “índice de envelhecimento” deverá aumentar de aproximadamente 43% em 2018, para 173%, em 2060.

Ainda segundo a previsão do IBGE, essa tendência para o envelhecimento será decorrente da queda da taxa de fecundidade, além do aumento da expectativa de vida do brasileiro. Cabe ressaltar que, desde 1940, a expectativa de vida já aumentou 30,5 anos, embora apresentando grandes diferenças regionais. Para se ter uma ideia, a idade média da população gaúcha é de 35,9 anos, enquanto no Acre, estado mais jovem do país, é de apenas 24,9 anos.

A Dra. Myrthes Anna Maragna Toledo Barros, Coordenadora do Departamento Científico do Idoso da ASBAI, conta que, considerando essa tendência do envelhecimento progressivo da população brasileira, cabe à especialidade aprofundar os conhecimentos sobre as grandes variações existentes entre adultos jovens e idosos referentes à apresentação inicial, às manifestações clínicas, tratamento, prognóstico e profilaxia das doenças imunoalérgicas.

À semelhança do que ocorre em criança e adultos jovens, o tratamento básico das alergias que atingem o idoso baseia-se fundamentalmente na intervenção junto aos mecanismos imunopatológicos e fisiopatológicos referentes a cada uma delas. “No entanto, considerando-se as várias comorbidades já presentes no idoso ou que poderão ser desencadeadas, o tratamento das alergias tem que ser muito criterioso, observando-se, por exemplo, a presença de diabetes, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, glaucoma e vária outras”, explica Dra. Myrthes.

O Dr. Roberto Magalhães de Souza Lima, membro do Departamento Científico de Alergias e Imunidade no Idoso da ASBAI, conta que uma das ações em andamento é o treinamento que possibilite melhorar o desempenho dos especialistas frente ao diagnóstico e tratamento das doenças imunoalérgicas no idoso.

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