“Esse sistema é de uma desumanidade sem fim”, diz Ireuda Silva sobre o “racismo nosso de cada dia”

Na reta final do mês do aniversário da Lei Áurea, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), avalia que o “racismo nosso de cada dia” menospreza e apaga o valor das conquistas e as capacidades das pessoas negras.

“Para a sociedade, negros não podem progredir, nem incentivar outros. Se acontecer uma pequena evolução, é para ser despercebida”, diz Ireuda. “No mercado de trabalho, na área acadêmica e na vida como um todo, somos cobrados diariamente a provar nossa capacidade. Somos praticamente obrigados a mostrar que nosso valor não é menor devido à cor da nossa pele. Esse sistema é de uma desumanidade sem fim”, acrescenta.

Durante a pandemia, pretos e pardos tiveram uma perda de 21,8% e 21,4%, respectivamente, sem suas rendas. Os brancos sofreram perda menor, de 20,1%. Atualmente, os negros representam 75% dos mais pobres no Brasil, enquanto que os brancos são 70% dos mais ricos. Já a taxa de homicídios entre negros de 15 a 29 anos chega a 98,5 por 100 mil pessoas. Entre os brancos, 34 por 100 mil. Entre homens pretos e pardos, o número ultrapassa todos os precedentes e vai a 185 por 100 mil.

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