SENAI CIMATEC e Mineradora Tabuleiro firmam parceria para exploração de terras raras na Bahia

O SENAI CIMATEC e a Mineradora Tabuleiro estão desenvolvendo o projeto Terras Raras, iniciativa inédita que envolve tecnologia e inovação para tornar possível a exploração de minerais de terras raras na Bahia, antes inviável.

O projeto estratégico e inovador tem o objetivo de estudar e desenvolver um novo conceito de extração de terras raras economicamente viável e sustentável no que diz respeito ao meio ambiente. Além disso, a empreitada pretende também promover a produção técnico-científica de artigos com expressivo fator de impacto no campo acadêmico.

A Mineradora Tabuleiro é uma startup focada na pesquisa e viabilização extrativa de minerais críticos e especiais no estado da Bahia, com mais de 20 mil hectares de área por todo o estado. Os minerais em destaque nas pesquisas da empresa são o grafite, terras raras, barita, quartzo industrial, quartzo rutilado (gema), entre outros.

Com financiamento da EMBRAPII, o SENAI CIMATEC será responsável pelo desenvolvimento do projeto, por meio da estrutura técnico-laboratorial da instituição. As experiências bem-sucedidas do SENAI CIMATEC voltadas para indústria e mineração, algumas premiadas, como Petrobras e Nexa Mineração (ex-Votorantim), foram essenciais para essa parceria com a Mineradora Tabuleiro.

O gerente executivo de Negócios do SENAI CIMATEC, André Oliveira, ressalta a grande oportunidade para as duas empresas se destacarem nacional e internacionalmente nesse setor. “A parceria com a Mineradora Tabuleiro, por meio do projeto Terras Raras, é estratégica para o CIMATEC, pois nos posiciona na fronteira tecnológica desse setor, no cenário brasileiro e da América Latina. Além disso, o fato dessa parceria ser com uma empresa baiana é também de extrema relevância, pois está vinculada a nossa missão de apoiar o desenvolvimento da indústria local”, explica André.

Os diretores da Mineradora Tabuleiro, Gabriel Keller, Sandro Santos e Janaina Marques, investem na sustentabilidade e redução de impactos ambientais e já projetam a continuidade dos estudos visando o aproveitamento de rejeitos e exploração a seco para outras substâncias a partir de jazidas exclusivas na Bahia. “Caminhamos sempre de mãos dadas com a ciência de forma responsável, transparente e ética”, afirma Janaina Marques.

As terras raras são matérias-primas na produção de superimãs, eletrônicos, equipamentos para defesa, indústria aeroespacial, energia, dentre outros segmentos. Recebem esse nome por serem de difícil extração, uma vez que os desafios de remoção e processamento não são pequenos, principalmente, por causa da disponibilidade limitada de conhecimentos técnicos para a separação dos minerais-minério contendo terras raras.

Segundo dados da United State Geological Service (2015), as reservas brasileiras de terras raras podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas. Embora se posicione como o maior detentor de reservas de terras raras no mundo, o Brasil ainda possui uma produção baixa.

A China desponta como maior concorrente do setor com 95% da produção mundial e dona de 37% das reservas conhecidas. O país possui esse domínio porque, desde 1970, adotou a pesquisa e o desenvolvimento para extração e beneficiamento de terras raras como política de estado e segurança nacional. O mercado mundial dos óxidos de terras raras é da ordem de US$ 5 bilhões ao ano.

A Mineradora Tabuleiro e o SENAI CIMATEC buscam viabilizar uma patente industrial própria e 100% nacional por meio da geração deste novo processo de metalurgia extrativa de beneficiamento de terras raras. “Estamos muito motivados para desenvolver uma rota tecnológica que permita o beneficiamento desse importante mineral a partir do minério brasileiro, com suas características e particularidades. Isso permitirá que, no futuro, a Bahia e o Brasil se tornem importantes investidores no mercado de terras raras, que certamente será um vetor do desenvolvimento tecnológico e industrial nas próximas décadas”, salienta André, que está animado com o projeto e com expectativas bastante positivas.

Depois de obter a licença para iniciar o processamento do mineral em solo baiano, a mineradora também pretende estender o uso da tecnologia desenvolvida a mineradores a cooperativas parceiros. Foto: Divulgação

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