Pesquisa revela que quase 70% das mulheres brasileiras estão insatisfeitas com a própria vagina

Estudo de Intimus com a Nielsen Brasil e a Troiano Branding entrevistou, 398 mulheres de 16 a 45 anos, das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, com o objetivo de entender como as brasileiras se relacionam com a própria vagina e região íntima

A vagina e a saúde íntima feminina ainda são cercadas de inúmeros estigmas que podem impedir que a mulher conviva de forma saudável com essa parte do corpo. E, Intimus®, marca de cuidados femininos da Kimberly-Clark Brasil, tem realizado uma série de ações educativas e sociais com o objetivo de incentivar o progresso da mulher a partir de uma relação cada vez mais saudável de cuidado com a região íntima.

Por isso, pensando em fomentar ainda mais o debate em torno do tema, a marca, que recentemente lançou uma linha especial para os cuidados íntimos chamada Antibacteriana e Defesas Naturais, realizou um estudo, em parceria com Nielsen Brasil e a Troiano Branding, para entender mais sobre como a mulher brasileira se relaciona com a vagina e a região íntima.

“Intimus tem atuado para tornar essa jornada da mulher com a região íntima mais leve, ajudando a criar debates sobre o tema para que elas se sintam mais confiantes e obstinadas a praticarem o autocuidado. Nesse sentido, a pesquisa vem junto ao lançamento da linha Antibacteriana e Defesas Naturais e traz a oportunidade de questionar mais um estigma que cerca a região íntima feminina. Queremos trazer um olhar propositivo sobre o tema, reforçando a importância do conhecimento e da relação saudável da mulher com a região íntima”, diz Fernanda Hermanny, Diretora de Marketing de Cuidado Adulto e Feminino da Kimberly-Clark.

Foram entrevistadas 398 mulheres, de 16 a 45 anos, das regiões Sudeste, Nordeste e Sul do Brasil, seguindo as metodologias quantitativa e qualitativa, no formato online. A pesquisa “Os Estigmas da Vagina” trouxe aspectos importantes da jornada de autoconhecimento: descoberta, saúde, estética, prazer e empoderamento.

Um dos resultados que a pesquisa mostra é que a vagina está muito ligada a saúde da mulher, prazer feminino, sexualidade, amor próprio, aceitação, autoconhecimento, menstruação, depilação estética, empoderamento, autonomia e estigma. E, para muitas, falar sobre vagina abertamente significa trazer luz a esse tema que ainda incomoda algumas pessoas e nem sempre é fácil de ser debatido.

“Os estigmas em torno da vagina e da região íntima são alimentados por conversas superficiais sobre o corpo das mulheres. Vimos que, em alguns casos, essa cadeia de silêncio ou de diálogos superficiais é alimentada por mulheres. As mães, nesse caso, ‘escondem’ algumas faces da vagina”, diz Monica Fernandes, Líder de Consumer Insights de Cuidados Adulto e Feminino da Kimberly Clark.

Por outro lado, em casa é justamente a mãe a primeira fonte de informações, ainda que as conversas tendem a se limitar a temas mais funcionais, como riscos à saúde. Fora de casa é mais possível discuti-los com leveza e amplitude por meio de conversas com amigos, pesquisas na internet e na escola. Das entrevistadas, 57% tiveram educação sexual na escola.

DESCOBERTA

O processo de descoberta passa pela fase de educação sexual, diferença entre meninos e meninas e nomes dados à vagina. Nesse sentido, as entrevistadas que convivem ou conviveram com irmãos homens revelam que a abordagem sobre o tema era diferente, o que indica que, na sociedade atual, os homens são ensinados a viver sua sexualidade de forma mais aberta, diferentemente das mulheres.

Perguntadas sobre o nome que dão à região íntima, 50% das entrevistadas a nomeiam como “vagina”. Há ainda nomes relacionados a animais, que dão a ideia de “pequeno”, “frágil” e “inofensivo”; além de outros inventados ou no diminutivo, que indicam infantilização: “florzinha, “pepeca”, “pipiu” e “periquita” também aparecem.

“As flores são a representação visual mais comum trazida pelas mulheres, o que reforça esse imaginário de delicadeza e pureza que elas cultivam”, analisa Monica Fernandes.

Por outro lado, termos, como “perseguida”, carregam para si uma carga de obscenidade, sujeira, impureza e animais que não geram afeto.

“É como se esses nomes não expressassem o respeito que a vagina merece. O nome ‘vagina’, por outro lado, por ser mais ‘biológico’ de origem, parece ter um espaço reservado sem tombar para um lado ou para o outro”, segundo Monica Fernandes.

Sobre o conhecimento que as entrevistadas demostraram ter sobre a vulva e a vagina, a pesquisa mostrou que muitas ainda se confundem: 50% acharam que a imagem da vulva era uma vagina e outras 43%, ao se depararem com a vagina, acharam que era a vulva.

“Há ainda muita falta de informação sobre a região íntima por conta dos estigmas impostos pela sociedade. No meu consultório, costumo conversar muito com as pacientes para que elas saiam de lá sem dúvidas e com informações para passarem adiante também”, diz a ginecologista, obstetra e sexóloga Rebeca Gerhardt.

SAÚDE

Apesar de, racionalmente, abraçarem a “liberdade” dos pelos e até questionarem os motivos da depilação, esse hábito aparece fortemente associado a limpeza, bem-estar e beleza.

Frequentes ou não, muitas optam pela depilação total e, embora algumas citem seus benefícios para a saúde, no fim, os pelos não são necessários e, para muitas, às vezes irritantes. Em geral, a maioria das entrevistadas de 16 a 34 anos remove completamente os pelos da área íntima e, do total, 66% usam lâmina para se depilarem. Já 32% revelaram que depilam a região uma vez por semana, enquanto 24% a cada 15 dias.

“A sensação de estar peluda causa desconforto, pois os pelos ficam roçando na calcinha e é desconfortável”, afirmou uma entrevistada do Sul do Brasil.

MENSTRUAÇÃO

No processo de descobertas, a menstruação aparece como o grande “grito” da vagina, que chega causando estranheza, incerteza, curiosidade, dor, medos e provoca a abertura de diálogos ou uma busca mais intensa sobre a anatomia e a sexualidade femininas. Junto ao desenvolvimento do corpo, o crescimento dos cabelos e dos seios, a menstruação costuma ser a chave que desperta para a amplitude do que significa ser mulher.

“Minha mãe nunca conversou sobre nada comigo. Quando eu menstruei, ela foi comigo na farmácia, disse que eu tinha que ter cuidado agora, que não deveria ficar perto dos meninos. Eu não entendia o porquê. Depois fui conversando com amigas, buscando informação na internet e aos poucos fui entendendo. Fui saindo do obscurantismo”, disse uma mulher da região Nordeste.

Para muitas, depois da primeira menstruação, os ciclos não são momentos a serem comemorados ou de grande envolvimento. Porém, algumas trouxeram uma visão positiva da menstruação, de que “ela limpa e equilibra o corpo. É um sinal de saúde e vitalidade”.

Das entrevistadas, 50% revelam ter interesse em ler sobre as partes íntimas do corpo e o período menstrual para entender melhor como funcionam. E, para 56%, conhecer melhor o corpo pode ajudar a entender mais o ciclo menstrual e aceitá-lo melhor. Já 54% do grupo de 16 a 23 anos, apesar de não gostarem de menstruar, veem vantagens no ciclo menstrual.

ESTÉTICA

Das entrevistadas, 1 em cada 4 não costuma tocar na vagina. No entanto, as mulheres de faixa etária mais velha, entre 35 e 45 anos, afirmam fazê-lo com mais frequência do que as mais jovens, o que mostra que a maturidade traz mais intimidade com o próprio corpo.

Porém, apesar de maior intimidade, as mais velhas apresentam maior barreira com a percepção da beleza vaginal. Pouco mais da metade das entrevistadas concorda que a vagina é bonita. Isso porque, apesar de a maioria falar da importância de reconhecer a diversidade do corpo feminino e da região íntima, o formato ou o aspecto da vagina ainda gera angústia e insegurança para muitas delas.

A pesquisa mostrou que, além de trabalhar na aceitação da vagina como ela é, algumas mulheres também precisam lidar com críticas externas, assédio e humilhação devido ao formato de suas vaginas: 68% relatam ter algo que não gostam na vagina. Os pelos aparecem com 33%, seguidos da cor (18%), cheiro (18%), aparência (17%) e tamanho (15%).

Para Monica Fernandes, há um desejo de abraçar a diversidade de formas, cores, tamanhos e aspectos, mas a prática é outra. “O processo de desconstrução está em andamento. Além disso, o discurso social sobre a liberdade da vagina ainda não é totalmente vivenciado, o que mostra que é algo ainda muito forte a ser superado”.

PRAZER

No estudo, ficou evidente que a descoberta pelo prazer envolve dois grandes mundos: o prazer com elas mesmas e com o outro. Nesse sentido, a masturbação é uma realidade para a maioria delas e surge como um grande espaço de autoconhecimento e vivências lúdicas. E, para muitas, é encarada como a chave para ter prazer com os outros. Trata-se de um passo em direção a uma experiência sexual mais saudável e satisfatória com o outro.

“Eu poderia comparar a descoberta do prazer com comer sushi. Hoje é minha comida preferida, eu me divirto muito! Mas é um tipo de comida que a princípio não é tão fácil de gostar. Gera estranheza, até certo nojo. Assim como cada relacionamento que tive, aprendi a gostar mais”, diz uma entrevistada do Nordeste.

Sozinha ou com o companheiro, a possibilidade do prazer traz à mulher a oportunidade de se sentir viva e em um processo de eterna descoberta das potencialidades da vagina e de todo o corpo. Do total de entrevistadas, 52% se sentem confortáveis em receber sexo oral. Já 18% se sentem desconfortáveis.

EMPODERAMENTO

Apesar de a vagina ainda ser fonte de medos e ansiedades, o contato da mulher com a própria vulnerabilidade, para muitas, é uma jornada de grande empoderamento vivida a partir do bom relacionamento com as próprias vaginas. E, para algumas entrevistadas, o conhecimento abre as portas para o cuidado adequado com a saúde da região vaginal, questionando estigmas e colocando-os em contato com as experiências de outras mulheres.

“A vagina expressa uma dualidade inerente ao feminino: fragilidade e força. Mostra ao mesmo tempo a fragilidade da mulher, com seus medos, vergonha e força, com prazer e conexão. E é por meio do conhecimento e autoconhecimento que as mulheres navegam entre essas duas polaridades, atingindo um estado de autoestima positiva, quando esses dois polos estão bem equilibrados”, afirma Monica Fernandes.

O estudo mostrou que as mulheres precisam superar muitos desafios e descobrir muito sobre si mesmas para chegar ao ponto da jornada que abre o acesso à liberdade, à autoestima, ao prazer e ao empoderamento. Além disso, o relacionamento com a própria vagina quase sempre reflete o que elas expressam ser na vida.

A pesquisa faz parte das ações de PR da agência PROS, que contempla ainda conteúdo sobre saúde íntima com influenciadoras e celebridades como Klara Castanho, Sophia Abrahão, Lettícia Munniz, Gabriela Sales (Rica de Marré), Gabriela Lopes, entre outras iniciativas. A campanha terá cobertura 360° com mídia online e offline elaboradas por K-C Connect – time composto pelas agências Ogilvy e VML.

DADOS DA PESQUISA

Críticas sobre a vagina:

68% se dizem insatisfeitas com a vagina

O que mais incomodam da vagina:

– Pelos 33%;

– Cor, 18%;

– Cheiro, 18%;

– Aparência, 17%;

– Tamanho 15%;

Com que frequência tocam na vagina:

Das entrevistadas, 1 em cada 4 não costuma tocar na vagina. No entanto, as mulheres de faixa etária mais velha, entre 35 e 45 anos, afirmam fazê-lo com mais frequência do que as mais jovens, o que mostra que a maturidade traz mais intimidade com o próprio corpo.

Com que frequência olham a vagina:

– 52% olham todo dia, sendo 46% de 16 a 23 anos, 51% de 24 a 34 anos e 58% de 35 a 45 anos;

– 17% de 2 a 4 vezes por semana, sendo 24% de 16 a 23 anos, 18% entre 24 e 34 anos e 12% entre 35 e 45 anos;

– 15% não têm o costume de olhar a vagina;

Sobre concordar que a vagina é bonita:

51% concordam e 27% não concordam;

Depilação dos pelos pubianos:

– 32% fazem uma vez por semana;

– 24%, a cada 15 dias;

– 16%, uma vez por mês;

Como fazem a remoção dos pelos pubianos:

– 66% usam lâmina;

– 13%, cera quente;

– 61% das entrevistadas fazem depilação total;

Sexo oral

– 52% se sentem confortáveis em receber sexo oral;

– 18% se sentem desconfortáveis;

Sobre o estudo:

Fase qualitativa: entrevistas realizadas com mulheres de 16 a 34 anos de São Paulo, Porto Alegre e Recife. As entrevistadas são da classe social ABC e o estudo aconteceu de 10 a 17 de agosto de 2020, em parceria com a Troiano Branding

Fase quantitativa: Pesquisa online realizada nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil com 383 mulheres, com idade entre 16 e 45 anos, das classes ABC. Estudo realizado entre os dias 13 e 17 de agosto de 2020, em parceria com a Nielsen Brasil

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