Pesquisadores descobrem nova variante do coronavírus que já circula no país

Pesquisadores brasileiros descobriram a circulação no Brasil de uma nova variante do novo coronavírus, o vírus causador da Covid-19.

Ela foi encontrada e informada em uma comunicação conjunta de dois grupos, a Rede Corona-ômica, responsável por sequenciamento genético, e por instituições parceiras do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), e tem sido chamada de N.9.

A linhagem preocupa os cientistas porque ela contém a mutação E484K, na proteína S, a mesma presente nas variantes de preocupação amazônica, britânica e sul-africana.

As três variantes de preocupação estão associadas a um índice maior de transmissibilidade do novo coronavírus, e pesquisadores ainda investigam a capacidade delas de escape dos anticorpos. As primeiras amostras com essa variante no país são de novembro e foram encontradas em São Paulo.

Em um artigo pré-publicado por pesquisadores da Fiocruz, que utilizaram a metodologia conhecida como relógio molecular, estima que tenha surgido entre junho e setembro, e se espalhou por estados do Sul, Sudeste, Norte e Nordeste.

O artigo classifica a variante como de baixa prevalência, porque foi encontrada em 3% das amostras analisadas, isto é, 35 genomas. Depois de ter sido encontrada no dia 11 de novembro em São Paulo, logo se espalharia, com detecções em amostras de Santa Catarina, Amazonas, Pará, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Sergipe.

Coordenador da Rede Corona-ômica, o virologista Fernando Spilki demonstra preocupação com a possibilidade de a variante ter maior transmissibilidade, e entende que a falta de medidas de controle é responsável pela propagação de variantes do vírus.

“O excesso de pessoas nas ruas, as aglomerações, a falta de uso de máscaras provoca esse tipo de reação, o vírus encontra mais hospedeiros. É claro que a vacinação também vai ajudar a evitar que processos como esses ocorram, mas as projeções mostram que os primeiros casos ocorreram entre junho e setembro, um período no qual ainda não havia vacinação disponível”, explica o especialista.

Sobre a baixa incidência encontrada na pesquisa, o pesquisador entende que ainda é cedo para ter conclusões. “Podem ser as primeiras detecções, um volume baixo, mas já está distribuída entre vários estados”, conclui Spilki.(CNN Brasil)

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