Pais podem estimular crianças a desenvolver hábito da leitura

A pequena Júlia, de apenas sete anos, já conhece a rotina. Ao menos três vezes na semana ela aguarda ansiosa pelos pais para fazer uma leitura antes de dormir. A atividade busca estimular o hábito de leitura na pequena, mas também contribui para manter a família unida, principalmente neste período de isolamento social devido à pandemia de Covid-19.

A mãe, Mônica França, explicou que os livros sempre fizeram parte da sua vida. Agora, ela promove a imersão da filha nas histórias usando como recurso a leitura em família e jogos de perguntas e respostas sobre as obras lidas. “Júlia está sempre lendo livros diferentes. Por conta da idade, são mais obras lúdicas, fantasiosas e com bastantes ilustrações que chamam atenção e despertam o interesse dela pelo ato de ler”, contou.

A diretora do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Virgem de La Almudena (Candeal), Isa Coutinho, explicou que o melhor método para os pais estimularem o hábito de ler nas crianças é construindo o processo juntos. Isso pode ocorrer desde a leitura de rótulos de alimentos no dia a dia até palavras inseridas nos jogos, por exemplo.

“É importante que, desde o nascimento, os pais proporcionem espaços onde a criança possa ter contato com a leitura. Ler para a criança histórias infantis, mostrar que os signos representam uma fala, uma comunicação. A criança precisa compreender que a leitura é uma forma de se comunicar com o mundo, um processo de informação”, disse Isa.

Em tempos de distanciamento social, as atividades remotas também podem trazer contribuições interessantes. Mesmo que seja através de cards, vídeos ou atividades, a leitura é imprescindível neste momento. “Até mesmo a leitura tecnológica, que envolve aplicativos e jogos digitais, por exemplo, tem impactado diretamente as crianças na pandemia, principalmente porque as atividades escolares em sua maioria estão sendo mediadas pela tecnologia”, avaliou Isa.

Para Mônica, a leitura também desperta na criança o senso crítico e ainda ajuda na formação intelectual. “Júlia se diverte muito quando fazemos as perguntas. Meu marido erra propositalmente as respostas e ela corrige, mostrando o quanto está atenta à leitura. Assim, a gente estimula também a interpretação. Precisamos formar leitores conscientes do que está sendo lido, que compreendam a mensagem a ser transmitida”, reforçou.

Conhecimento – Para que os pequenos despertem o interesse pela prática e, consequentemente, levem consigo para as demais fases da vida, a diretora do Cmei afirma que o ato de ler deve ser lúdico e prazeroso. Recursos como músicas, mensagens de boas-vindas e letras do nome, por exemplo, podem ser mostrados para que a criança perceba que o mundo deve ser decifrado.

“A criança é desafiada todo tempo pelo processo linguístico. À medida que ela vai crescendo, o processo de leitura vai ficando mais complexo. A melhor forma de estimular esse interesse é fazendo com que a criança perceba que, ao ler, ela terá acesso a novos conhecimentos, informações, um processo de investigação e curiosidade”, relatou Isa Coutinho.

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