Cerca de 29% das famílias adiaram a vacinação dos filhos durante a pandemia

Dados são de pesquisa inédita realizada pelo IBOPE. Levantamento também apontou que 50% dos pais de crianças de 3 a 5 anos deixaram de realizar consultas de rotina com o pediatra durante o isolamento social

A realidade imposta pelo novo coronavírus e o distanciamento social alterou drasticamente a rotina de toda a sociedade. Enquanto o mundo aguarda por uma vacina, o Brasil enfrenta, também, outro desafio: reverter a queda da cobertura vacinal que, neste ano, passa pela pior adesão da série histórica. Apesar do Programa Nacional de Imunização (PNI) brasileiro ser uma referência mundial, a alta taxa de cobertura que sempre foi sua característica vem regredindo nos últimos anos. Segundo dados do UNICEF, no Brasil, na Bolívia, no Haiti e na Venezuela, a cobertura vacinal caiu em pelo menos 14 pontos percentuais desde 2010[1].

Mas, em um período no qual se fala tanto sobre o assunto, como as famílias brasileiras estão lidando com o panorama atual? O quanto a pandemia influenciou o atraso na vacinação das crianças? Em busca de respostas, o IBOPE Inteligência, a pedido da Pfizer, realizou a pesquisa Impacto da pandemia nos lares brasileiros: Como as famílias estão lidando com a nova realidade.

O levantamento foi realizado em outubro a partir de 1.000 entrevistas on-line com mães e pais de todas as regiões do País e faz parte da campanha #MaisQueUmPalpite. De forma leve e bem-humorada, a campanha combate as fake news sobre a saúde das crianças com informações de qualidade e conscientiza as famílias sobre a importância da prevenção de doenças infectocontagiosas durante a infância. A ação é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Pfizer.

Desafio na cobertura vacinal

A queda na cobertura vacinal durante a pandemia não é uma exclusividade brasileira: o fenômeno é mundial. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou como alarmante o declínio do número de crianças e adolescentes

vacinados em todo o mundo e alertou para o risco de que sejam perdidas as conquistas de proteção vacinal desta parcela da população2.

No Brasil, quando o assunto é saúde infantil e proteção contra as doenças infecciosas mais frequentes na infância, o levantamento realizado pelo IBOPE revela que 29% dos pais adiaram a vacinação dos filhos após o surgimento da pandemia. Destes, 9% planejam levar os filhos para vacinar somente quando a pandemia acabar. As regiões Norte e Centro Oeste destacam-se da média: 40% das famílias atrasaram a imunização. A pesquisa, que ouviu pais das classes A, B e C, aponta que os atrasos ocorreram em todos os estratos sociais.

Ao mesmo tempo em que o isolamento e a limitação na circulação de pessoas reduz a transmissão do novo coronavírus e de outras doenças, a diminuição da cobertura vacinal pode colocar em risco a saúde de todos, especialmente frente à atual situação epidemiológica do sarampo, da febre amarela e da coqueluche[3].

Presidente do Departamento de Imunizações da SBP, o pediatra e infectologista Renato Kfouri lembra que o atraso na vacinação das crianças pode fortalecer cenários preocupantes. “As informações coletadas pela pesquisa indicam que é necessário realizar um extenso trabalho de conscientização da população a respeito da necessidade de manter atualizada a carteirinha de vacinação das crianças, especialmente durante a pandemia do novo coronavírus”

Sem consultas de rotina

As consultas de rotina também ficaram em segundo plano. Entre as famílias entrevistadas, 44% deixaram de realizar o acompanhamento dos filhos com o pediatra e o valor chega a 50% entre os pais de crianças de 3 a 5 anos. Por outro lado, 15% famílias viram a telemedicina como uma alternativa para não ficar sem acompanhamento médico durante a pandemia. No total de pais e mães entrevistados, 38% relataram que o pediatra não deu nenhuma orientação sobre vacinação durante a pandemia. Por outro lado, no Nordeste, 43% dos pais afirmaram que o pediatra reforçou a importância da vacinação durante a pandemia, enquanto a média geral foi de 34%.

“Embora muito se fale sobre imunização neste momento, é importante que a população sempre esteja atenta para as vacinas requeridas na carteirinha. Apesar de simples, esse ato é capaz de salvar vidas. Quando não prevenidas, diversas enfermidades podem, juntas, levar a quadros de saúde graves e de difícil identificação”, afirma a diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine.

Desinformação

Se as lacunas na orientação quanto à importância da vacinação neste momento confundem os pais, as dúvidas aumentam em relação à adoção de medidas preventivas de doenças que podem facilitar um possível diagnóstico

de contágio pela covid-19. Questionados se a vacinação contra gripe e doenças pneumocócicas ajudam no diagnóstico da covid-19, pois permitem descartar estas doenças, 29% disseram que não sabem e 31% dos pais acreditam, equivocadamente, que a informação é falsa. Além disso, 47% não souberam responder se existem vacinas para prevenir pneumonias bacterianas e outros 11% classificaram a informação como mito.

A pneumonia é uma doença respiratória provocada por bactérias, vírus ou fungos. Três a cada 10 casos diagnosticados estão associados à bactéria pneumococo4. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que as mortes por doenças pneumocócicas causem por ano mais de 800 mil mortes de menores de 5 anos5, superando em até 8 vezes os 110 mil6 óbitos causados anualmente por sarampo na mesma faixa etária, em âmbito mundial, de acordo com levantamento realizado em 2017. O Brasil está entre os 15 países com maior incidência de infecções pelo pneumococo.

Formas de prevenção

Entre as vacinas que podem proteger os pacientes contra as pneumonias pneumocócicas está a Prevenar 13, da Pfizer, a única que oferece proteção direta contra os outros 13 sorotipos de pneumococo mais prevalentes em todo o mundo:1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F. Trata-se, ainda, da única vacina pneumocócica conjugada licenciada para todas as idades no Brasil, a partir de 6 semanas de vida, incluindo adolescentes e adultos.

Aprovada no Brasil desde 2010, a vacina Prevenar 13 está disponível nas clínicas particulares com indicação para todos os grupos etários e, desde outubro de 2019, passou a ser disponibilizada também na rede pública de saúde através dos CRIEs (Centro de Referência Imunológicos Especiais) para pacientes considerados de alto risco para aquisição da doença pneumocócica, acima de 5 anos de idade, o que engloba pacientes com HIV e oncológicos, além de indivíduos transplantados.

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