Em eleição após apagão, irmão de Alcolumbre e deputado estadual avançam ao 2º turno em Macapá

Adiado por causa da crise energética que afetou o Amapá em novembro, o primeiro turno da eleição para prefeito de Macapá foi realizado neste domingo (6). Josiel Alcolumbre (DEM), irmão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o deputado estadual Dr. Furlan (Cidadania) disputarão o segundo turno no próximo dia 20.

Macapá foi a única cidade do estado que teve a eleição adiada. No pleito deste domingo, Josiel teve 29,47% dos votos, contra 16,03% do segundo colocado, Dr. Furlan.

A disputa pelo segundo lugar foi apertada. O ex-governador Capi (PSB) terminou em terceiro com 14,94%.

A campanha em Macapá foi atingida em cheio pelo apagão. No início, Davi Alcolumbre tomou para si um papel na resolução da crise, participando de reuniões e chegando a divulgar vídeo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, prometendo solução rápida. No fim do mês, esteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em anúncio de MP que isentou os moradores do estado do pagamento da conta de luz de novembro. “Isso é um grande gesto com o povo do Amapá”, afirmou.

Mas a demora na retomada do abastecimento deu munição aos candidatos de oposição, que colocaram a conta da crise no governador Waldez Góes (PDT) e no atual prefeito, Clécio Luís (sem partido), aliados de Josiel Alcolumbre na disputa.

Josiel mantinha uma liderança relativamente tranquila nas pesquisas de intenção de voto até o início da crise energética, mas começou a perder pontos à medida em que o racionamento de eletricidade perdurava.

O adiamento da eleição foi alvo de queixas da segunda colocada nas pesquisas à época, Patrícia Ferraz (Podemos), e mudanças de regras que permitiram o reinício do horário eleitoral e o aumento do limite de gastos foram questionados também por outros partidos.

Segundo eles, as medidas beneficiaram Josiel, que já tinha mais tempo de TV e já havia tido as maiores despesas até aquele momento. Os candidatos de PSB, Podemos, PT e Cidadania chegaram a fazer um mandado de segurança, pedindo que o TSE revisse a decisão.

O apagão ocorreu no dia 4 de novembro, após incêndio na subestação que recebe energia de outros estados. O incêndio danificou dois dos três transformadores usados para baixar a tensão da eletricidade antes de inseri-la na rede estadual de distribuição.

O terceiro transformador estava parado para manutenção havia quase um ano. Sem poder contar com a subestação, o estado ficou dependente das duas hidrelétricas locais, que não geram energia suficiente para atender a demanda.

Até o dia 24, os municípios atingidos tiveram que conviver com um rodízio no fornecimento de energia, que só foi terminado após a chegada de um transformador que estava em Laranjal, cidade no extremo sul do estado que não foi afetada pela crise.

A situação do fornecimento permanece precária, já que a subestação permanece com apenas dois transformadores funcionando: em caso de pane em um deles, novo rodízio pode ser necessário.(Noticias ao Minuto) Foto:© Shutterstock

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