Para Marta, se faz mais que urgente o combate ao racismo: “É escancarado e assassino”, diz sobre caso de homem espancado e morto por seguranças em um supermercado

Segundo a líder do PT na Câmara de Salvador, o Dia da Consciência Negra, nesta sexta (20), não pode ser só discurso e tem que servir como reforço da luta cotidiana com projetos sociais, inclusão racial, ações afirmativas e defesa de políticas públicas

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia da Câmara de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues disse, nesta sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra, que a luta contra o racismo precisa de medidas efetivas e urgentes, vide o caso ocorrido nesta quinta (19), em Porto Alegre, onde um homem negro espancado e morto por seguranças de um supermercado.

“Um dia antes do Dia da Consciência Negra, João Alberto, homem negro, foi espancado e morto, numa rede de supermercados, uma coisa brutal, desumana, que mostra nosso sistema e estado opressor e racista que mata todo dia. João é como George Floyd, como Pedro morto no supermercado do Rio, como diversos nomes de crianças, jovens e adultos que morrem, são agredidos, violentados, vítimas do racismo estrutural. Algo escancarado diante de nossos olhos em nosso país”, disse.

Segundo Marta, é preciso estar atento àqueles que só fazem discurso neste dia, porém na prática não está cotidianamente combatendo o racismo. “Precisamos estar do lado de pessoas comprometidas por meio de projetos, de leis, de defesa de políticas públicas, de ações afirmativas, ações sociais com a comunidade, priorizando sempre a consciência de igualdade racial e justiça social”, declarou.

No âmbito político, Marta afirma que as eleições municipais mostraram que a luta antirracista chegou na centralidade do debate, no entanto, a sub-representação ainda permanece.
“Tivemos um pequeno aumento de representatividade negra, e de mulheres passou de 13,5% para 16% no país.
O TSE apontou que no primeiro turno, os legislativos municipais de 25 capitais somam 44% de eleitos autodeclarados negros. No entanto, este número, além de não representar a totalidade da população, que é de maioria negra, não engloba mulheres negras nem, necessariamente, projetos de inclusão social e de combate ao racismo estrutural”, disse.

Ainda conforme Marta, Salvador reflete um pouco dessa realidade. Apesar de formada por maioria negra, maior parte de mulheres, a capital não está representada em diversos espaços de decisão e de poder. “A maioria das mulheres de Salvador é negra, e na Câmara só temos eu, Laina e Ireuda”, lembrou.

“Que neste 20 de novembro, continuemos levando à frente, com mais força e garra, a nossa luta diária contra o racismo, a intolerância religiosa e as desigualdades sociais, consequências de uma sociedade patriarcal, colonizadora que durante séculos escravizou o povo negro e, até hoje, tenta manter este sistema de opressão através de retiradas de políticas públicas e do discurso elitista”, destacou.

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