Fábio Vilas-Boas pede à população cautela com as festas de fim de ano

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, apelou para que os cidadãos do estado adotem cautela quanto à realização das festas de fim de ano, no intuito de evitar aglomerações e, assim, disseminar e por consequência elevar os casos de covid-19 que estão, conforme os dados, em estabilidade momentânea.

“A partir de dezembro, uma situação a qual vamos ter que enfrentar serão os reencontros entre familiares e os encontros de amigos nas festas de fim de ano. Vamos enfrentar o nosso primeiro Natal e o nosso primeiro final de ano em plena pandemia. Ela ainda não acabou. Nós continuamos com as taxas de ocupação hospitalar elevadas, o número de pessoas internadas está próximo de 500 e sem cair, além de ter um número de casos, todos os dias, elevado, chegando a 1.000”, alertou o secretário em entrevista à TV Bahia.

Uma preocupação dele é com relação às festas já anunciadas por particulares, como na cidade de Porto Seguro, na região sul da Bahia. O gestor também fez um pedido àqueles que estão comprando ingressos para esses eventos que tenham cuidado.

“Isso nos preocupa, pois nestas festas estão sendo vendidas e até milhares de ingressos. Eu advirto aos organizadores e a quem está comprando que há um grande risco disso não ocorrer. Da mesma forma, temos que programar o verão. E, para isso, nós vamos fazer uma reunião, dentro do governo, para poder alinhar internamente um projeto que nós vamos chamar de ‘Verão Responsável’. E, na sequência, trabalhar junto com as entidades de turismo para moldar um plano de enfrentamento ao covid-19 neste nosso primeiro verão”, comentou.

De acordo com o dirigente, a Bahia está em alerta uma vez que passou recentemente por uma campanha eleitoral marcada por aglomerações e desrespeito ao distanciamento social, o que ser um complicador daqui a alguns dias.

“Estamos tendo um reflexo daquilo que nós estamos enfrentando, nos últimos 60 dias, durante a campanha eleitoral, diante do descontrole que aconteceu no interior. E, por mais que medidas fossem adotadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, elas não surtiram efeito. Tivemos uma campanha com muitas pessoas nas ruas e aglomerações. Porém, não foi apenas isso. As festas e as baladas continuam acontecendo”, afirmou o titular do órgão estadual de saúde.

A situação vista nos hospitais públicos e unidades de atendimento específicas para a Covid-19 também está sendo percebida, segundo ele, nos hospitais privados pelo estado. “Da mesma forma como no começo da pandemia, eles estão começando a apresentar uma elevada taxa de ocupação, com alguns tendo que reabrir UTIs Covid. Outros estados já sinalizam um aumento da mesma forma como vimos no começo da pandemia, em março. São Paulo, por exemplo, já está com um surto forte, em algumas regiões. Curitiba suspendeu de novo as cirurgias eletivas. Já aqui na Bahia estamos ainda em uma relativa estabilidade. Apesar disso, o aumento no número de casos não tem sido acompanhado por uma elevação no número de mortes e internações”, disse.

Se não tiver vacina, não tem festa, diz Rui

Na manhã de ontem, enquanto cumpria agenda no bairro do Costa Azul, o governador da Bahia, Rui Costa, também falou sobre a realização das festas de fim de ano em período de pandemia. Segundo o gestor, o cenário para a ocorrência de eventos do gênero, acima de 200 pessoas, não é o ideal, ainda mais quando não existe uma vacina contra a Covid-19.

“Se não tiver vacina, no estado da Bahia não vai ter festa com aglomeração, porque nós não vamos permitir. Qualquer festa com aglomeração só com a vacina. Então não vai ter Réveillon com 5 mil pessoas, com 10 mil, com apoio, participação e consentimento do Estado. Nós não permitiremos. Não haverá eventos grandiosos no estado da Bahia enquanto não houver vacina. Nós não vamos brincar com isso. Voltou a morrer gente na Europa. Em São Paulo os hospitais estão lotados”, afirmou Rui Costa.
(Tribuna da Bahia) Foto: Reprodução

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