Nesta terça-feira, o mandatário e sua junta diretiva anunciaram a renúncia a seus postos horas após o governo da Catalunha dar luz verde para que os sócios do clube pudessem votar no Camp Nou uma monção de censura contra a atual direção.
Agora, uma administração temporária será formada para comandar o Barça até que a eleição seja marcada para a escolha do novo presidente. Bartomeu argumenta que não quer causar mais instabilidade no clube nem risco à saúde dos sócios.
O agora ex-presidente optou por sair em vez de esperar o referendo – mais de 20 mil sócios assinaram uma petição há um mês descreditando a atual direção e querendo uma votação.
“Boa noite. Compareço para comunicar minha demissão e a do restante da junta diretiva. É uma decisão ponderada por todos. Esta manhã recebemos a resposta da Generalitat (da Catalunha) e sua resposta é clara: o governo reitera que não há impedimentos jurídicos para celebrar o voto de censura”, disse Bartomeu em comunicado.
“Algumas decisões além de incompreensíveis me parecem irresponsáveis. É uma posição forte, mas é o que penso. Em um momento no qual a Generalitat está tomando decisões e insinuando o confinamento do fim de semana ante o risco de colapsar o sistema sanitário. Vemos versões contraditórias. Neste momento, não encontro outro adjetivo que irresponsável. Como junta diretiva, temos que atuar com responsabilidade, tínhamos que garantir a saúde de todos”.
“Sempre defendi que a nossa autocrítica nos faz mais fortes, e o que vivemos nestes últimos meses passa do limite. Me insultaram e me ameaçaram, como também todos os membros da junta. Foi uma honra servir o clube, como dirigente e como presidente. Tentei assumir o cargo com responsabilidade e honra. Espero que nos próximos dias se possa fechar a adequação salarial do elenco e dos empregados, que se não acontece pode ter consequências gravas no clube. Tomara que haja um acordo de todas as partes”, continuou.
Victor Font, Joan Laporta e Jordi Roche são alguns dos candidatos esperados para a eleição que decidirá o sucessor de Bartomeu.
Ele chegou à presidência em 2014 no lugar de Sandro Rosell, de quem era vice, e conseguiu logo em seu primeiro ano a Tríplice Coroa sob o comando de Luis Enrique.
Sua popularidade, porém, foi decaindo ao longo dos últimos cinco anos, principalmente após a saída de Neymar para o Paris Saint-Germain e o pedido de Lionel Messi, maior jogador da história do Barcelona, para deixar o clube após o colapso na última Champions League com a goleada sofrida para o Bayern de Munique por 8 a 2.
Além disso, fora de campo, Bartomeu foi acusado de patrocinar uma empresa para criticar jogadores nas redes sociais, o chamado “Barçagate”. Seis membros da diretoria renunciara em abril passado, e a situação do presidente já parecia insustentável.
Na última segunda, o próprio Bartomeu veio a público explicar por que não deixou Messi sair e também negando que renunciaria ao seu posto. Um dia depois, porém, foi exatamente isso que ele fez. (ESPN) Foto:EFE