No próximo sábado, o Liverpool enfrenta, às 8h30 (Brasília), com transmissão da ESPN Brasil e do , o Everton no clássico que agita a cidade.
Antes do dérbi, Jurgen Klopp, que recém-completou cinco anos a frente dos Reds, concedeu uma entrevista em que falou sobre o legado que está construindo em Anfield, rasgou elogios ao rival, principalmente ao técnico Carlo Ancelotti e ao trio ofensivo formado por Richarlison, James Rodríguez e Calvert-Lewin, e comentou os efeitos do 7 a 2 sofrido para o Aston Villa na última rodada.
Perguntado sobre o impacto que teve no Liverpool desde sua chegada, em 2015, Klopp disse que não é capaz – e nem gostaria – de definí-lo, mas que se assim tivesse que fazer diria que foi o “necessário”.
“O necessário, provavelmente. Eu fiz o que achava que era certo e, se você faz isso, você terá um impacto, é como penso. É como é quando você é técnico de um time de futebol. Tem que ter toques seus, não só quando você sai e as pessoas falam de você, mas no momento que você está porque você, obviamente, chegou porque algumas coisas não deram certo como as pessoas queriam que tivesse dado. Mas eu não poderia, não faria e não gostaria de medir meu impacto. Eu confiei no que achava que tinha que fazer”, disse.
O técnico também refletiu sobre os “cinco anos que passaram voando” e defendeu a equipe que encontrou quando chegou ao clube – o elenco daquela época é constantemente criticado em redes sociais e usado como “prova” de que Klopp evoluiu a equipe. O alemão concorda que houve melhora, mas é contra a ridicularização dos jogadores antigos.
“É diferente, obviamente. Mas o que eu não gosto é que parece que eu cheguei aqui e tinha um time muito, muito ruim. Não era o caso. Os jogadores tinham muito caráter, todos tentavam o seu máximo e algumas coisas não deram certo. A gente sabe, por exemplo, o quão bom técnico é Brendan Rodgers, então não era sobre ele. As coisas num geral não encaixaram bem.”
“Eu gostava do time que tinha quando cheguei, mas claro que mudamos, trouxemos jogadores novos, mas alguns jogadores ainda estão aqui. Outros saíram no ano passado, talvez um ano antes, mas o bom começo e tudo que fizemos de bom lá, os jogadores estavam envolvidos, então fico feliz. Mas é óbvio que você tem que progedir, evoluir e foi isso que fizemos”, analisou.
“Trouxemos jogadores mais novos, mais velhos e, sim, jogadores melhores também, é verdade. Mas a maioria desses jogadores atingiu seu auge aqui no Liverpool e isso é uma coisa realmente legal. Por causa disso, sou muito feliz com o time que tenho no momento, mas não significa que eu não era feliz com o time de 2015, o time era incrível, de verdade, foi uma das razões que escolhi o Liverpool.”
Quem também mudou bastante nos últimos anos foi o rival do Liverpool. O Everton tem se estabelecido cada vez mais entre os principais times da Premier League e ocupa a liderança da competiação depois de quatro partidas disputadas graças ao excelente trio ofensivo formado por Richarlison, James Rodriguez e Calvert-Lewin.
Klopp não poupou palavras na hora de elogiar o trabalho do rival e, principalmente, de Carlo Ancelotti.
“Um time top, um técnico top. O que eu penso sobre Carlo Ancelotti acho que nunca foi segredo. Não é possível eu respeitá-lo mais como pessoa e como técnico. Ele é um ser humano incrível, para ser sincero. Sabia, desde o primeiro dia que ouvi que ele assinou com o Everton, “meu Deus, é o próximo desafiante de verdade na fila” e acho que eles fizeram uma janela perfeita no verão e trouxeram os jogadores exatos para melhorar um time já muito bom. Juntamente com estarem mais acostumados com o que Carlo quer fazer, isso faz deles um ótimo time. Não estou nem um pouco surpreso sobre a maneira que eles jogam”, elogiou.
“Calvert-Lewin, é difícil para um técnico do Liverpool falar muitas coisas positivas sobre um jogador de outra equipe e ele não é o único que poderíamos elogiar, mas Calvert-Lewin eu realmente esperava que ele evoluiria bastante nos próximos anos e ele evoluiu. Ele tem tudo que você precisa para um atacante de elite. Tamanho, mobilidade, velocidade, a vontade, ele é tecnicamente muito, muito bom. Excelente no ar, finalizando com a cabeça, com os dois pés. Então esse é um jogador de elite e ao redor dele tudo funciona.”
“Dois jogadores de nível mundial nas pontas com James e Richarlison, meio-campo com Allan, Doucuré ou quem jogue lá, é muito, muito forte. É um time muito, muito bom e a defesa, obviamente, está funcionando muito bem junta. Em um grande time é sempre mais fácil de defender. Você consegue ver quando assiste ao Everton, então será um jogo muito interessante”.
Na última rodada da Premier League, os atuais campeões foram surpreendidos com uma incrível goleada por 7 a 2 sofrida diante do Aston Villa. O técnico Jurgen Klopp falou sobre o jogo, as consequências da derrota e o que ele espera que a equipe aprenda com o resultado.
“Sim, obviamente é algo que você não quer, mas quando você recebe, é assim a vida. Você tem que conviver com isso, trabalhar com isso e, no melhor dos cenários, deixar para trás. É isso que tentamos fazer, ou iremos tentar quando voltarmos ao campo. Mas a noite após o jogo não foi a melhor noite da minha vida. Mas eu levantei na manhã e sabia que teria que “conversar com meus jogadores”, mas eles não estavam aqui”, comentou.
“Então eu mandei uma mensagem muito, muito longa com, basicamente, meus pensamentos sobre as coisas que aconteceram. Depois disso, eu me senti bem melhor porque estava tudo para fora e, a partir daquele momento, poderíamos seguir em frente e foi o que fizemos. Agora estamos aqui, tivemos muito tempo para conviver com isso. Você perde um jogo, é sempre o contrário do que você quer. Perder de 7 a 2, obviamente, é pior, mas em alguns momentos você tem que usar isso para o bem”, disse.
“Vamos ver se conseguimos isso. No longo prazo com certeza, mas também no curto temos a chance de mostrar isso no sábado, contra o Everton. Isso faz tudo muito interessante porque enfrentamos um time que está voando, obviamente, e nós tomamos essa pancada, então veremos quem lida melhor com o que”, disse Klopp.
“Claro que não os mesmos erros que cometemos contra o Villa porque, obviamente, cometemos erros óbvios. Erros táticos. As instruções do time estavam erradas, as individuais estavam erradas. Não posso explicar todas essas coisas, realmente demoraria muito, mas não podem acontecer”, relembrou o treinador.
“Como nós defendemos? Nós tomamos 7 gols, então devemos defender muito melhor, essa é uma reação que eu gostaria de ver. Apesar que algumas coisas aconteceram bem naquele jogo, nós não vamos visitar o Everton, não vamos ao Goodison Park pensando só em jogar futebol, queremos o resultado, é por isso que lutaremos.”(ESPN) Foto:EFE
