Por iniciativa da vereadora Aladilce Souza (PCdoB), a Câmara Municipal de Salvador celebrou o Outubro Rosa, na manhã desta sexta-feira (16), em sessão especial por meio de videoconferência. O objetivo principal da atividade legislativa foi alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do Câncer de Mama.
“O Câncer de Mama, infelizmente, ainda mata muitas mulheres e a cada ano que passa temos observado avanços científicos e nas políticas públicas”, afirmou Aladilce Souza. Ela acrescentou que em Salvador, como no estado da Bahia, as instituições públicas e as organizações sociais têm se comprometido com esses avanços.
“O objetivo da sessão especial do Outubro Rosa é fazer um balanço de como está o acesso das mulheres a esses tratamentos, ao diagnóstico precoce e quais são as dificuldades encontradas”, destacou a vereadora. Aladilce disse que a pandemia do novo coronavírus impactou no caminhar das mulheres em busca do tratamento e diagnóstico.
A oncologista Luciana Landeiro, do Núcleo de Oncologia da Bahia, afirmou que o diagnóstico precoce do Câncer de Mama possibilita 95% de cura. Ela defendeu a prevenção primária, com alimentação com fibras e atividade física para reduzir a obesidade.
Casos de câncer
Com base em estudos estatísticos do Instituto Nacional do Câncer, Landeiro disse que a entidade faz atualizações trienais em relação à expectativa de novos casos de câncer no Brasil. “Estima-se que tenhamos mais de 65 mil novos casos de Câncer de Mama na população brasileira, a cada ano nos próximos três anos”, informou.
Segundo Romilza Medrado, do Núcleo Assistencial para Pessoas com Câncer (Naspec), estão usando a pandemia da Covid-19 como desculpa para não cumprir o início do tratamento de 30 dias, conforme determina a lei, quando diagnosticado tumores malignos. “O câncer não espera”, frisou. Ela implorou o cumprimento das leis em vigor.
A Lei nº 13.896/19, dos 30 dias, estabelece que exames para a confirmação do diagnóstico de câncer no SUS devam ser realizados em até um mês. Seu objetivo é o diagnóstico precoce. A lei incluiu um parágrafo na já existente Lei nº 12.732/2012 – conhecida como Lei dos 60 Dias –, que estabelece prazo máximo de 60 dias para o início do tratamento pelo SUS.
Diagnóstico
A enfermeira Kátia Medrado, também representante do Naspec, disse que “o grande número de mulheres com diagnóstico tardio é exatamente por conta da biópsia”. Considerou ainda que “o grande gargalo da oncologia é o diagnóstico”. Ela pediu mais investimento dos governos na área patológica e defendeu melhorias nos agendamentos para a realização de mamografia.
O processo de encaminhamento de paciente para a realização do exame de mamografia foi esclarecido conjuntamente por Michele Sacramento e Ana Carolina, representantes da Secretaria Municipal da Saúde. Elas disseram que os exames de mamografia, na sua maioria, ocorrem de forma agendada e sobram poucas vagas para a forma aberta.
A sessão especial teve a participação de outras mulheres que atuam na linha de frente na luta contra o Câncer de Mama.
