Salvador registra alta no preço da cesta básica, aponta Dieese

A alta nos preços dos alimentos tem sido percebida há alguns meses em todo o país. Em Salvador, por exemplo, o valor da cesta básica estava entre os mais baratos até maio, já em setembro encontra-se na sexta posição. É o que aponta um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado nesta terça-feira (6). Segundo o órgão, as maiores altas foram observadas em Florianópolis (9,80%), Salvador (9,70%) e Aracaju (7,13%). A pesquisa foi realizada em 15 capitais.

Na comparação com o salário mínimo, verifica-se que o valor da cesta é equivalente, em setembro, a 51,22%. Este percentual é utilizado para comprar os alimentos básicos de uma pessoa adulta. Em agosto, o percentual foi de 48,85%. O valor da cesta básica em Salvador é de R$ 459,33, uma variação mensal de 9,70 %.

De acordo com a economista Nádia Vieira, do Dieese, os dados revelam uma realidade preocupante principalmente no tocante à quantidade de pessoas desempregadas ou desocupadas além da renda per capita ser baixa na capital baiana. “Salvador ficou bastante tempo entre as capitais cujos preços da cesta básica eram os mais baratos, mas de Junho em diante o cenário mudou. Além disso, percebemos um alto desemprego e desocupação, o que dificulta ainda mais o poder de compra do cidadão”, pontuou.

Vieira também comentou a respeito das altas dos produtos. “A elevação nos preços se dá em virtude da alta procura do mercado internacional, muito impactado pela desvalorização do real. O consumidor estrangeiro sente-se atraído para comprar o que faz os preços de produtos como arroz e óleo dispararem. O que acontece é a falta desses produtos para atender ao mercado nacional”, explicou. De janeiro a setembro, o valor do óleo cresceu 60%, o arroz 42% e o tomate 85%.

Em setembro, o preço médio do açúcar registrou alta em 15 capitais e as maiores taxas foram observadas em Salvador (8,19%) e Brasília (8,06%). O aumento no ritmo das exportações do açúcar e a alta demanda da cana, principalmente para a produção de etanol, elevaram o preço no varejo do açúcar cristal e refinado.

Os 12 produtos registraram alta de preço médio em relação a agosto: tomate (32,12%), óleo de soja (30,11%), arroz (16,00%), pão francês (11,51%), açúcar cristal (8,19%), carne bovina (6,33%), café em pó (4,71%), leite integral (4,63%), feijão carioquinha (3,70%), farinha de mandioca (2,84%), manteiga (1,82%) e banana (0,42%).

A psicóloga e dona de casa Ana Rego, em conversa com a Tribuna, afirmou que a alta dos preços tem impactado diretamente no cardápio diário. “Notei uma alta considerável há algum tempo do arroz e feijão, além do óleo. Isso gera um impacto na comida do dia-dia e com certeza um comprometimento na qualidade da alimentação. Por isso estamos buscando substituições para compor o cardápio básico”, explicou. “Percebi também um acréscimo considerável nos preços dos produtos de limpeza e da carne de sertão para o preparo do feijão. Chegou a superar os valores da carne bovina”, acrescentou.(Tribuna da Bahia) Foto: Reginaldo Ipê / Tribuna da Bahia

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