Usar máscaras é proteger o próximo

Desde o começo da pandemia do Coronavírus, a recomendação de uso de máscaras (compradas ou caseiras) em larga escala teve como base a proteção coletiva. A preocupação é por conta de que muitas pessoas estão infectadas e não apresentam sintomas da doença. Um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, aponta evidências de que as máscaras podem ser cruciais para evitar uma nova onda de infecções da COVID-19. A conclusão diz que uma pessoa que usa máscara sempre ao sair em público, tem sua proteção duas vezes mais eficaz a fim de reduzir o risco de transmissão. Especialistas lembram que somente o uso da máscara não impede a propagação e contaminação.

A pesquisa de Cambridge informa que o Sars-CoV-2 é transmitido por meio de gotículas exaladas por pessoas infectadas, principalmente quando se fala, tosse ou espirra. Para o estudo, os pesquisadores usaram modelos matemáticos dos vários estágios de infecção e da transmissão pelo ar e pelas superfícies .A ideia era analisar diferentes cenários para o uso das máscaras em combinação com medidas de distanciamento. No estudo de epidemias, os especialistas usam a taxa de reprodução do vírus, ou Rt, que indica quantas pessoas podem ser contaminadas por quem já tem o vírus.

Os modelos mostraram que, se uma pessoa usa máscara sempre que sai em público, isso é duas vezes mais eficaz para reduzir o Rt do que quando alguém usa a máscara só depois que tem sintomas. Os cientistas de Cambridge resumem o resultado de suas pesquisas com uma mensagem: “Minha máscara protege você, sua máscara me protege”.

A Fiocruz recomenda, que as pessoas façam o uso correto da máscara caseira, não a compartilhando com familiares, não tocando o rosto depois de colocá-la e fazendo a sua limpeza conforme orientação da Oms. Porém desataca a importância do isolamento, lavagem das mãos e uso de álcool gel.

“A máscara tem que ser lavada pelo próprio indivíduo para que se possa manter o autocuidado. Se ficar úmida, tem que ser trocada. Pode lavar com sabão ou água sanitária, deixando de molho por cerca de 30 minutos. E nunca compartilhar, porque o uso é individual”, esclarece o especialista André Labreiro .

A OMS ainda reforça que , “:o ideal é que cada pessoa tenha pelo menos duas máscaras de pano;é preciso que ela tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja, dupla face; também é importante ter elásticos ou tiras para amarrar acima das orelhas e abaixo da nuca. Desse jeito, o pano estará sempre protegendo a boca e o nariz e não restarão espaços no rosto, Usar a máscara sempre que precisar sair de casa. Além disso , alerta que o uso da máscara não é suficiente e deve ser combinado com o distanciamento social de pelo menos um metro, lavagem frequente das mãos e evitar tocar no rosto ou na máscara. Quando necessário, o isolamento social.

As máscaras cirúrgicas (ou médicas) podem proteger as pessoas que a usam de serem infectadas e impedir que aqueles que apresentam sintomas espalhem o vírus. A OMS recomenda que os seguintes grupos usem máscaras médicas: Trabalhadores de saúde, qualquer pessoa com sintomas sugestivos de COVID-19, incluindo pessoas com sintomas leves, Pessoas que cuidam de casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 fora das unidades de saúde, Pessoas com 60 anos ou mais, Pessoas de qualquer idade com comorbidades de base, como doença cardiovascular ou diabetes, doença pulmonar crônica, câncer, doença cerebrovascular e imunossupressão

O infectologista Adriano Oliveira conversou com a Tribuna da Bahia e explicou a importância do uso da máscara, “o uso será importante até que se tenha a vacina, para garantir uma imunização generalizada da população. Assegurando que não teremos mais essa transmissão fácil da doença.” Sobre sua total eficácia Adriano pondera, “a indicação generalizada para o mundo inteiro partiu de que países que tinham seu o uso habitual, principalmente países orientais tiveram a transmissão menor, mas pode ser também, que tenha sido por outros motivos como maior controle de distanciamento social que é o caso da Coréia. Não dá para afirmar e saber o valor dela, enquanto prevenção de doença em algumas situações pode ser desfavorável na medida em que as pessoas levam a mão ao rosto, muita gente que não sabe usar adequadamente, principalmente as artesanais, que não são bem ajustadas ao rosto.”

O infectologista Adriano ainda destaca, “se a máscara salva vidas mesmo ou evita a doença ainda temos dúvidas., mas existem trabalhos que mostram que o uso ajuda na prevenção. O uso adequado, porém é comum o uso inadequado. Ela serve mais para quem está ao redor de quem usa do que para quem usa. Quando você usa a máscara, se você tossir, espirrar evita que contamine as outras pessoas . Então a máscara que você usa protege os outros, a máscara que você usa protege a você. Proteger a própria pessoa somente a N 95, mais adequada ao uso do rosto e seus filtros filtram partículas virais.Essa protege o indivíduo que está usando, mais profissionais utilizadas em ambientes hospitalares.

Sobre as máscaras artesanais, Adriano informa que podem ser utilizadas por no máximo 2 horas e a descartável por até 4 horas. Isso se a máscara permanecer íntegra, qualquer sujeira umidade que tiver terá que ser descartada imediatamente ou trocada no caso da máscara caseira, de pano.

Cuidados recomendados pela Anvisa

A agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) afirma que ao contrário das máscaras descartáveis, as máscaras de tecido podem ser lavadas e reutilizadas regularmente, entretanto, recomenda-se evitar mais que 30 (trinta) lavagens. A máscara deve ser lavada separadamente de outras roupas; lavadas previamente com água corrente e sabão neutro; deixadas de molho em uma solução de água com água sanitária ou outro desinfetante equivalente de 20 a 30 minutos; enxaguada em água corrente, para remover qualquer resíduo de desinfetante; evitar torcer a máscara com força e deixar secar; posteriormente passar com ferro quente; garantir que a máscara não apresenta danos (menos ajuste, deformação, desgaste, etc.), ou será preciso substituí-la Deve ser guardada em um recipiente fechado.

A prefeitura de Salvador informou através de sua assessoria de comunicação de que em Salvador na há multas para quem não usa máscaras, porém é proibido entrar em estabelecimentos sem elas. A Transalvador destacou que parou de contabilizar quantas pessoas estavam com ou sem máscaras.(Tribuna) Foto: Romildo de Jesus / Tribuna da Bahia

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