Madre de Deus: Ocupação de leitos Covid-19 cai e prefeito faz dispensa de licitação para montar hospital de campanha

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (Sesab), no boletim publicado neste sábado (19), a cidade de Madre de Deus teve cerca de 1203 (mil, duzentos e três) casos confirmados de coronavírus desde o início da pandemia. A prefeitura do município aponta apenas cinco internamentos de pacientes acometidos pela doença.

O número assustador para a cidade de um pouco mais de 21 mil habitantes parece não ter sido suficiente para que a Prefeitura tomasse providências eficazes no âmbito dos cuidados com a saúde coletiva. Enquanto vários prefeitos buscavam apoio com a Sesab e o governo da Bahia para combater a pandemia, o Executivo municipal tinha apenas a barreira sanitária como vedete publicitária.

Passados cerca de quatro meses depois dos primeiros casos notificados na cidade, a Prefeitura dispensa licitação para a montagem de um hospital de campanha para o combate ao coronavírus. Por cerca de quase  R$ 2,5 milhões, o Instituto de Promoção à Saude e Promoção Social, conhecido como 5S Saúde foi agraciado com a decisão de não licitar o serviço.

De acordo com o seu site, a 5S Saúde é uma organização sem fins lucrativos, que visa a eficiência e fortalecimento da saúde da população, administrando os serviços médicos através da contratação firmada com o poder público. Sediada na cidade de Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia, a organização tem escritório na capital baiana.

“Enquanto o governador Rui Costa estuda redirecionar leitos covid-19 para atender outras enfermidades na capital e em cidades da nossa região metropolitana, vemos o Executivo de Madre de Deus querendo montar um hospital de campanha por meio de dispensa de licitação depois de quatro, cinco meses dos primeiros casos e após dezesses óbitos”, observou o pré candidato a prefeito Dailton Filho (PSB).

O socialista referiu-se ao anúncio feito pelo governador da Bahia Rui Costa que durante o programa “Papo Correria”, nesta sexta-feira (18), afirmou que alguns leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a Covid-19, montados em hospitais de Salvador, serão revertidos para o tratamento de pacientes de outras doenças. Segundo Rui Costa, a medida ocorre em função das baixas taxas de ocupação dessas unidades na capital baiana.

Nas redes sociais, moradores da cidade questionam a decisão da prefeitura e a aplicação dos recursos por meio de dispensa de licitação. Populares afirmam que denunciarão a situação aos órgãos de investigação na expectativa de evitar a contratação considerada desnecessária para o momento e que poderia ser aplicada em amparo social.
Confira publicação aqui no facebook

Para Dailton Filho, a forma de gerenciar o combate à pandemia na cidade foi equivocado. “Foram ações desordenadas e que não se mostraram eficazes. Nossa cidade padeceu diante da falta de competência para cuidar das pessoas. O momento é de acolher nossa gente, pagar os benefícios sociais e planejar a retomada do município que é algo que não se tem qualquer indício que esteja sendo feito”, concluiu Dailton Filho.

Categorias: Noticias

Comentários estão fechados