Doria chama Bolsonaro de ‘negacionista’ e diz que presidente governa para ‘bolsominions’

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) durante a pandemia de coronavírus no país. Em entrevista a José Eduardo na Rádio Metrópole hoje (21), ele afirmou que não houve uma liderança no país em prol de uma unidade de discurso contra a doença. A situação, segundo Doria, também foi vivenciada por outros governadores do Brasil.

“Aqui no Brasil, além do enfrentamento, eu como governador e assim como governadores e prefeitos de outras regiões do país, como é o caso do Rui Costa na Bahia e o ACM Neto como prefeito, fazendo o enfrentamento correto, seguindo orientações da saúde e da medicina, e em Brasília o presidente da República classificando a Covid-19 como uma gripezinha, um resfriadozinho e que não iria afetar ninguém. Havia um ministro que disse que morreriam, no máximo, 4 mil pessoas na pandemia. Não foram 4 mil, foram 137 mil. Ainda que fossem 4 mil, nunca vi desdenhar da vida. Esse mesmo presidente negacionista, eu lamento ter que afirmar isso, trabalhou e continua a trabalhar para negar a pandemia e seus efeitos”, disse o governador, apontando que o presidente foi contra as quarentenas foram implantadas em todos os estados brasileiros, não estimulou isolamento social, não promoveu uso de máscara e recomendou, “como se médico fosse e como se algum conhecimento tivesse”, o consumo da cloroquina como medicamento preventivo para a Covid-19″.

“Duas informações completamente distintas, onde há um presidente atacando governadores e criticando as medidas de isolamento que acertadamente governadores do Brasil fizeram e, além de tudo, promovendo xingamentos e impropérios como fez em relação ao governador da Bahia e a mim, além do governador do Rio de Janeiro e outros governadores”, declarou João Doria.

Ainda segundo o governador paulista, o enfrentamento da pandemia tornou-se mais complicado porque os governadores fora atrapalhados por Bolsonaro. “Tudo ficou mais difícil. Não era o que eu gostaria, eu preferia que o Brasil tivesse um líder que liderasse de fato o país e compreendesse a importância da proteção à vida das pessoas”, disse o tucano.

“Ao ser eleito, depois de disputar uma eleição, você venceu com os votos dos que lhe apoiaram, mas tem a obrigação de governar para todos. É o que fazemos aqui em São Paulo, mas não é o que faz o presidente Jair Bolsonaro. Ele governa para os bolsominions, para aqueles que lhe são simpáticos e aqueles que não lhe fazem oposição e não colocam o contraditório e o aplaudem. Isto, lamentavelmente, não é democracia”, acrescentou.

Foto : Governo de SP
(METRO1)

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