Selo transporta autores baianos para bibliotecas do Brasil e do mundo

Os oito vencedores do Selo Literário João Ubaldo Ribeiro – Ano III, promovido pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), terão suas obras distribuídas em janeiro de 2021. As produções ganharão o mundo, sendo encaminhadas a 300 bibliotecas das escolas municipais, de toda à Bahia e de outros estados brasileiros. As obras também vão compor o acervo da Academia de Letras da Bahia, do Gabinete Português de Leitura e estarão nas embaixadas dos países lusófonos.

Para os ganhadores, a premiação fortalece a produção cultural literária na cidade e abre espaço para novos autores. Ao todo, foram 112 obras enviadas e analisadas durante o processo seletivo. No rol das oito obras selecionadas estão sete gêneros: conto, crônica, dramaturgia, literatura infantil, poesia, romance e categoria livre.

De acordo com o escritor Paulo Atto, vencedor na categoria dramaturgia com a publicação “A Travessia do Grão Profundo”, o selo tem visibilidade internacional e, no seu caso, representa o reconhecimento de um trabalho de 36 anos. “A repercussão do prêmio foi imediata no exterior. Recebi muitas mensagens de vários artistas de teatro de muitos países, como Alemanha, Portugal, Espanha, Colômbia, Estados Unidos, México, Argentina e aqui do Brasil também”, diz.

Autor de outras duas publicações, os livros “Até Delirar” (1984) e “Desmontando Shakespeare” (2012), ele afirma que a publicação vencedora do selo tem um valor especial. “Venci com a minha obra de dramaturgia mais autobiográfica e pessoal. Nela estão as minhas memórias e vivências sobre o interior da Bahia e, especificamente, do sertão baiano, seu imaginário, a gente sertaneja e a sua cultura”, explica.

O artista revela ainda uma questão afetiva com o selo que traz em seu título uma homenagem a João Ubaldo Ribeiro. O escritor conta que, no final dos anos 1980, adaptou o romance de João Ubaldo “Viva o Povo Brasileiro” para o teatro. “Foi a primeira montagem teatral de um romance de João. Ficamos em contato por algum tempo. Ele havia liberado os direitos do livro para o palco. Então, há uma questão muito emotiva de receber este prêmio e vir todas estas memórias e da gentileza e generosidade de João naquele momento com um jovem autor a quem ele confiou transpor seu romance para os palcos”, afirma, emocionado.

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