Mulheres representam 47% dos feirantes de Salvador

Todo dia é de feira. Com chuva, sol e mesmo em plena pandemia, centenas de trabalhadores acordam mais cedo diariamente para garantir os melhores hortifrutigranjeiros que povoam a mesa dos consumidores e colocar os produtos para vender nos mercados e espaços a céu aberto organizados pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop). Mas tem uma data que é especialmente celebrada pela categoria: o Dia do Feirante, comemorado nesta terça-feira (25). 

A criação da data se deu em virtude da realização da primeira feira livre do Brasil, no ano de 1914, na cidade de São Paulo. Em Salvador, dos cerca de 800 trabalhadores que atuam nas feiras e mercados da Prefeitura, 47% são mulheres. Elas dão duro para garantir a presença dos itens essenciais na mesa dos soteropolitanos e na delas próprias, muitas vezes em dupla ou tripla jornada, pois também costumam ser mães, donas de casa e fazer bicos.

Garantir a independência financeira, cuidar dos filhos e trabalhar sempre com um sorriso no rosto (para atrair a clientela) são os motivadores de Luzineide Silva, 46 anos, que ganha a vida na feira há 30. “Ser independente é essencial para ser feirante. O importante é se sentir bem, gostar do que faz e oferecer sempre o melhor aos nossos clientes”, afirma ela, que atualmente trabalha no Centro de Abastecimento Itapuã (Nacs), recentemente reformado pela Semop.

Essa disposição é compartilhada por Rosalia Santos, 34, que, com dez anos de profissão, é responsável pelo sustento de uma família de quatro pessoas. Além de feirante, Rosalia ainda faz faxina para fazer um extra. “É um trabalho que deveria ser mais valorizado pelas pessoas, e essa divisão, com o crescimento das mulheres ocupando cada vez mais espaço nas feiras e mercados, só demonstra nossa força”, diz ela, orgulhosa.

Estrutura – Atualmente, Salvador possui 35 feiras livres e 12 mercados municipais, devidamente ordenados pela Prefeitura. Os mercados municipais funcionam de terça-feira a sábado, das 7h às 18h, e aos domingos, de 6h às 13h. Já as feiras abrem de terça a sábado, das 6h às 17h, e aos domingos, de 6h às 13h.

“Desde 2013, Salvador vem fazendo uma gestão com atenção às necessidades dos feirantes, desenvolvendo projetos para a requalificação das feiras e mercados municipais. Em 2015, a Prefeitura inaugurou o primeiro mercado municipal, no bairro de Periperi. Hoje, mesmo com a adversidade da pandemia, e reconhecemos que não tem sido um momento fácil, o pensamento segue no sentido de fortalecer o setor, através de diálogos com esses trabalhadores informais e com ações que envolvem a entrega de equipamentos padronizados, cestas básicas e benefícios, a exemplo do Salvador por Todos”, lembra o titular da Semop, Marcus Passos.

“Neste Dia do Feirante, parabenizamos esses trabalhadores, em especial as mulheres. Esse é um dia que envolve toda a gestão, pois não fazemos nada sozinhos. Quero aqui deixar registrado o meu agradecimento a todos “, acrescenta o secretário. Foto: Bruno Concha/Secom

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