Doador de sangue com maior tempo de coleta celebra sua última doação de sangue na Hemoba

Essa semana, a Bahia registrou a última doação de sangue do doador com mais tempo de coleta e mais doações no estado, de acordo com o banco de dados da Hemoba. Arnaldo Fernandes Santana, doador há 49 anos, encerrou essa bonita história nesta quarta-feira, 15, às vésperas dos seus 70 anos, idade limite para doação de sangue total e de plaquetas estabelecida pelo Ministério da Saúde, com uma homenagem da unidade e de seus funcionários. Nesse tempo, o doador realizou 294 doações de sangue total e 444 de plaquetas. Cada bolsa de sangue beneficiou quatro pessoas.

O diretor da Fundação Hemoba, Fernando Araújo, explica que o doador por aféreses (de plaquetas), que é o caso de Arnaldo, tem uma característica singular, por através da possibilidade de doação de plaquetas mensais poder garantir uma ação ainda mais efetiva no cuidado com a vida. “Sua existência é um marco, não só por sua regularidade, como pelo seu tempo de doação a ponto de se sentir triste por ter chegado em um momento que só com liberação médica para poder fazer outra doação, mesmo de aféreses. Isso demonstra toda sua solidariedade”, comentou.

Arnaldo é profissional de contabilidade e começou a doar a partir do pedido de um colega de trabalho que estava com o pai internado precisando de sangue para realização de uma cirurgia. Ao chegar na unidade, curioso, ele conversou com os profissionais durante atendimento para entender como funcionava o processo de doação de sangue e para onde esse sangue iria, depois de coletado. De ali em diante, ele passou a ser doador assíduo, seguindo todas as instituições públicas que antecederam o trabalho da Hemoba e sendo o doador mais antigo desta instituição.

“Nessa brincadeira, eu já trouxe uns 14 doadores ao longo desses anos. Até aqui na fila, quando conheço alguém que vai doar sangue, eu já pergunto porque ela não doa plaquetas também e aí já olho, vejo se a pessoa tem uma bitola boa, já uso o termo médico para dizer se ela tem uma veia boa pra doação e aí acabo incentivando”, contou com graça.

Para a sua celebração, nesta quarta-feira, ele convidou uma das médicas mais antigas da Hemoba, Isabela Lago, que tem atendido o doador nos seus 25 anos como profissional da unidade. Ela explicou que até 2003 a idade limite para doação era 60 anos incompletos. “Progressivamente, essa idade foi aumentando para 70 anos incompletos. E tenho a satisfação de ter tido a oportunidade de conhecer verdadeiros heróis de doação de sangue, que fazem a doação realmente querendo fazer o bem sem saber a quem”.

Quando migrou para o setor de plaquetas, entre tantos doares, ela conheceu Arnaldo e brinca que ele ainda é anterior a ela. “Hoje vim aqui com muita alegria, atendendo a solicitação dele, presenciar essa última doação. Quero dizer que não me sinto triste em vê-lo doando pela última vez e, sim, feliz por ter conhecido um doador com uma motivação de só fazer o bem às pessoas. Então hoje é um dia de comemoração da vida e trajetória de doação dele!”, disse.

Arnaldo recebeu um presente da instituição em agradecimento a sua solidariedade e por ter salvado centenas de vidas em 49 anos como doador de sangue.

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