‘Duplo crime’, diz Fernando Guerreiro sobre depredação de monumento

Após o busto de Gildásia dos Santos, conhecida como ‘Mãe Gilda’, voltar a ser alvo de intolerância religiosa na tarde desta quarta-feira, 15, o presidente da Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, se manifestou sobre o assunto nesta quinta-feira, 16.

“Infelizmente, em pleno século XXI, voltamos a ser surpreendidos com atitudes que remontam à Idade Média. A vandalização do busto de Mãe Gilda é mais um ato nessa escalada de intolerância religiosa que a gente tem vivido e que atinge não só os que acreditam nessa religião, mas todo cidadão que quer ter liberdade de acreditar no que quiser. E não só isso, é também um ataque contra o patrimônio cultural de Salvador. Um busto faz parte do patrimônio, ele conta a história da cidade, homenageia pessoas da cidade e é uma obra de um artista. Temos um duplo crime”, disse o gestor.

“Deixo a minha profunda tristeza e também quero dizer que a Fundação Gregório de Mattos já está providenciando a recuperação desse busto e vamos pedir à população que vigie, acompanhe e não compactue com esse tipo de ação”, acrescentou ele.

O Busto de Mãe Gilda foi atacado pela primeira vez em 2016, logo após ser restaurado. “Neste momento de pandemia, a gente não pode silenciar. Num momento onde o país passa por tanta dificuldade, mais uma vez o busto de Mãe Gilda é depredado. Então eu estou aqui convocando o povo de candomblé, que a gente precisa ter este exemplo, eu não quero ser a garota propaganda da intolerância, mas são 21 anos da morte de Mãe Gilda e ainda assim esse ódio religioso não acaba!”, ressaltou Mãe Jaciara, sucessora e filha biológica de Mãe Gilda. Foto por Shirley Stolze (A Tarde)

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