Coronavírus: ONG leiloa tocha olímpica de 2016 para alimentar famílias que sofrem com pandemia na periferia de São Paulo

Nos anos 1990, quando Daniel Faria ainda era um adolescente, o lugar mais famoso do Jardim São Luís, bairro em que ele cresceu e mora até hoje na zona sul da capital paulista, era o cemitério.

Ali, eram enterrados os muitos jovens assassinados no “triângulo da morte”, como era chamada a região formada pelo Jardim São Luiz e pelos vizinhos Capão Redondo e Jardim Ângela que, em 1996, foi considerado pela ONU o bairro mais violento do mundo.

92% das mães nas favelas dizem que faltará comida após um mês de isolamento, aponta pesquisa
Favelas serão as grandes vítimas do coronavírus no Brasil, diz líder de Paraisópolis
Daniel viu muitos de seus amigos da infância serem enterrados naquele cemitério, ainda crianças. Mas escapou para um futuro diferente sob influência dos pais, que faziam o possível para mantê-lo dentro de casa, dedicando-se aos estudos e às brincadeiras.

“Meus amigos tinham a mesma capacidade criativa que eu”, lamenta. “São talentos que a sociedade não absorveu, e foram realizar seus sonhos no crime, gerenciando ‘biqueira’, trabalhando para o tráfico.”

Mais de duas décadas depois, em meio a uma pandemia que já matou mais de 346 mil pessoas em todo o mundo, a morte voltou a cercar a vizinhança.

Categorias: Noticias

Etiquetas: ,

Comentários estão fechados