Governo Bolsonaro tira violência policial de relatório de violações dos direitos humanos

O relatório anual do Disque Direitos Humanos referente a 2019 exclui dados de violência policial, pela primeira vez desde a criação do canal de denúncia. Segundo a Folha de S. Paulo, o Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos, responsável pela divulgação, disse que a mudança ocorreu pois “há inconsistência nos dados coletados”. Já as violações de direitos humanos cometidas em delegacias ainda constam no documento.

O relatório é produzido com base em denúncias feitas ao Disque 100, canal criado em 1997, que está desde 2003 sob a responsabilidade do governo federal. Ele inclui violências de qualquer ordem, como a praticada contra crianças, adolescentes e idosos, além da violência policial, presente até então.

Como o documento é considerado um dos principais termômetros sobre a violação dos direitos humanos disponíveis no país, os números poderiam ajudar a entender como se comportaram as forças de segurança — em especial as polícias militares — no primeiro ano da gestão Bolsonaro, que sempre defendeu que policiais ajam de maneira mais agressiva.

As versões mais recentes do relatório indicavam aumento nessa forma de violência. Em 2016, as denúncias chegaram a 1.009 casos, subindo para 1.319 no ano seguinte (alta de 30,7%). Já em 2018 as queixas chegaram a 1.637—um acréscimo de 24%. (Metro1)

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