Banco do Brasil liberou R$ 137 bi a empresas, pessoas físicas e agronegócio, diz presidente

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, esteve nesta segunda-feira (8) na comissão mista da covid-19 do Congresso para informar aos parlamentares as ações do BB no combate aos danos causados pela pandemia. Segundo ele, de março até maio foram liberados quase R$ 137 bilhões, sendo R$ 80 bilhões destinados a empresas, R$ 33,8 bilhões para pessoas físicas e R$ 23 bilhões para auxiliar o agronegócio, um dos poucos setores do país que têm atuado em relativo equilíbrio.

A instituição também teve participação, mesmo em menor grau que a Caixa Econômica Federal, em outras ações emergenciais adotadas pelo governo federal, como o pagamento do auxílio emergencial a 2,73 milhões de pessoas que escolheram receber o benefício pelo banco, o financiamento da folha de pagamentos e a complementação dos salários — o chamado Benefício Emprego e Renda (BEm).

— Em termos de ações emergenciais deflagradas pelo governo, tentando atenuar a crise econômica que se instalou, o Banco do Brasil tem tido participação em todos esses programas, embora não nos caiba a formulação do programa, mas como agentes do governo temos participado ativamente deles — disse, em sua apresentação inicial à comissão.

Prorrogações e crédito novo
Segundo os dados informados por Rubem Novaes, no auxílio a pessoas físicas, o BB desembolsou R$ 26,3 bilhões em prorrogações de contratos vigentes e mais R$ 7,5 bilhões em crédito novo. Para as pessoas jurídicas, o desembolso foi de R$ 80 bilhões, sendo R$ 42,1 bilhões em prorrogações e R$ 37,9 bilhões em novos contratos. Nessa soma, destaca-se o auxílio a micros e pequenas empresas. Segundo os dados informados por Rubem Novaes, a elas foram desembolsados R$ 33,3 bilhões, sendo R$ 24,7 bilhões destinados a prorrogações de contratos e R$ 8,6 bilhões em novos créditos.

— Sei que as pequenas e médias são uma preocupação dos senhores congressistas — salientou.

No agronegócio, onde o banco tem uma participação efetiva e importante, frisou o presidente, foram R$ 2,1 bilhões destinados a prorrogações e R$ 20,9 bilhões

em crédito novo.

— A agricultura e a pecuária estão mostrando uma situação saudável. Talvez com exceção do setor de hortifruti, os outros setores estão com um bom desempenho — observou.

Benefícios
Como agente do governo para viabilizar as ações emergenciais, o BB pagou o auxílio emergencial a 2,73 milhões de clientes, num total de R$ 1,77 bilhão. Os R$ 600 mensais a que a população carente e trabalhadores informais tiveram acesso foram pagos, em sua maior parte, pela Caixa, lembrou Rubem Novaes:

— O papel relevante aí é o papel da Caixa Econômica, mas nós temos também a nossa participação, nosso quinhão de responsabilidade junto aos clientes que pretendem receber esses recursos através do Banco do Brasil. Nós já liberamos quase R$ 2 bilhões para quase 3 milhões de clientes.

No Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese) — que provê crédito emergencial a empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões para pagamento de salários — foram R$ 358,2 milhões para auxiliar 11,6 mil empresas.

— A expectativa era que houvesse uma demanda maior pelos programas de folha de pagamento, mas não é o forte do Banco do Brasil, quando comparado com outros bancos, ter folha de pagamento privada. Nos cabe mais ou menos uma participação de 6% de folha de pagamento de setor privado. Mas executamos, participamos com cerca de 20% das liberações que foram feitas para empregados das empresas que se cadastraram no programa. Em curto prazo, vão sair modificações que darão flexibilidade e um escopo maior para esse programa, que tem utilizado menos dos recursos que se imaginava— avaliou.

Já o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e Renda prevê o pagamento emergencial pelo governo federal, por até três meses, a trabalhadores que fizerem acordo com seu empregador para suspensão do contrato de trabalho ou redução proporcional da jornada de trabalho e do salário, durante a calamidade pública por causa do novo coronavírus. Foram R$ 3,1 bilhões pagos para 3,4 milhões de trabalhadores.

O último benefício operado pelo Banco do Brasil, informou Rubem Novaes, foi “O Brasil conta comigo”, bonificação de R$ 667 paga pelo Ministério da Saúde aos residentes da área da saúde que estão atuando no combate à pandemia e que beneficiou 54 mil profissionais de saúde, num total de R$ 36 milhões.

— Esse programa permite que as pessoas sejam remuneradas para se incorporarem ao programa. São estudantes de último ano de medicina e profissionais já formados que se agregam ao esforço normal, que já existe nas secretarias municipais, estaduais e nos hospitais federais, e o pagamento desse pessoal é realizado através de uma carteira digital do Banco do Brasil — explicou.

Também participaram da reunião Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores; Carlos Motta dos Santos, vice-presidente de Negócios de Varejo; Carlos Renato Bonetti, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos; Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente Corporativo; Walter Malieni Júnior, vice-presidente de Negócios de Atacado; Fábio Augusto Cantizani Barbosa, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios e Tecnologia; e João Pinto Rabelo, vice-presidente de Agronegócios e Governo.

(Agência Senado)

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