Dia Nacional do Teste do Pezinho: doença falciforme é a mais diagnosticada na Bahia através do exame

Geneticista alerta que o teste do pezinho deve ser colhido idealmente entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. Bahia apresenta vantagem na quantidade de doenças que podem ser detectadas através do exame realizado pelo SUS…

Um dos principais meios de detectar doenças em crianças recém-nascidas, a Triagem Neonatal Biológica ganha destaque neste sábado (06), quando é celebrado o Dia Nacional do Teste do Pezinho – nome como é conhecido popularmente o exame. Trata-se de um procedimento que consiste em realizar uma série de exames de sangue, visando diagnosticar doenças que não apresentam sintomas no bebê recém-nascido, mas que nas semanas ou meses posteriores, se não tratadas, podem levar a deficiências ou até a morte. O título popular é justificado pelo fato de o sangue ser habitualmente colhido através de uma punção (pequeno furo) no calcanhar da criança recém-nascida. Este método de coleta é mais fácil, simples e indolor.

No Brasil o teste pode ser realizado através do SUS, pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal, capaz de detectar até 6 doenças. Tatiana Amorim é médica geneticista da Singular Medicina de Precisão e explica que o teste é uma estratégia populacional importante, já que permite o tratamento em tempo correto de doenças que podem ser muito graves. “Dezenas de doenças, a grande maioria de origem genética, podem ser diagnosticadas através do teste do pezinho.

A frequência delas varia entre as populações e entre os estados. Na Bahia, por exemplo, a Doença Falciforme é a mais comum, seguida pelo Hipotireoidismo Congênito, a Fibrose Cística e a Hiperplasia Supra Renal Congênita. Fenilcetonúria e Deficiência de Biotinidase são mais raras”. Para outras doenças ainda não cobertas pelo SUS, não há estatísticas confiáveis, pois ainda são rastreadas em uma parcela pequena da população, explica a médica. “Atualmente há um movimento amplo para expandir o leque de doenças rastreadas no programa do SUS, incluindo metodologia capaz de identificar até 40 doenças. No âmbito da rede privada, isso já é possível”, destaca.

A Bahia traz uma vantagem entre a quantidade de doenças detectadas através do teste feito pelo SUS. O programa estadual de triagem neonatal, representado pela APAE Salvador, faz um exame a mais que o estabelecido pelo programa nacional. Trata-se da cromatografia de aminoácidos, que é capaz de identificar um grupo de doenças, as aminoacidopatias. Na rede privada outros exames são incorporados, incluindo doenças genéticas e infecciosas.

O RESULTADO
Quando um teste é realizado e apresenta resultado alterado, é fundamental que o bebê seja imediatamente localizado e reconvocado para realizar novos exames e consultas especializadas, explica a médica: “O Teste do Pezinho é um exame de triagem, o que significa que todo exame alterado deve ser repetido, pelo mesmo método ou outro, a depender da doença e de características do bebê. Estes exames confirmatórios devem ser realizados em tempo breve, e sob a orientação de um especialista no assunto.

O segredo do sucesso de um programa de triagem neonatal é a rapidez no diagnóstico, para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível, de preferência nas 2 a 3 primeiras semanas de vida da criança. Para isso, o teste do pezinho deve ser colhido idealmente entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, ou até antes, na alta da maternidade, a depender do método utilizado para realização dos exames”.

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