Bolsonaro contrariou aliados e conselhos de assessores ao participar do ato de domingo

Apesar de aconselhado por assessores a não comparecer, o presidente Jair Bolsonaro foi ao ato deste domingo (31) e contrariou até aliados, que avaliam negativamente para o próprio governo a manutenção do clima de confronto no país neste momento.

No ato, manifestantes reivindicaram medidas antidemocráticas e inconstitucionais, como o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo interlocutores do presidente, ele recebeu de assessores o pedido para que não estivesse presente nos protestos, liderados por grupos bolsonaristas, na busca de contribuir para baixar a temperatura da crise política, principalmente no relacionamento com o STF.

Nos últimos dias, auxiliares diretos do presidente procuraram, nos bastidores, ministros do STF para tentar estabelecer um clima de paz entre Executivo e Judiciário, diante da piora da tensão entre os dois poderes depois da operação determinada pelo ministro Alexandre de Moraes contra grupos bolsonaristas que disseminam informações falsas.

Contrariando seus assessores e aliados no Congresso Nacional e no Judiciário, Bolsonaro não só sobrevoou o local das manifestações como depois circulou entre os manifestantes. Com isso, na avaliações desses interlocutores que o apoiam, o presidente criou mais dificuldades para se chegar a um entendimento entre o Palácio do Planalto e o STF.

Segundo um desses interlocutores, o presidente está jogando contra seu próprio governo. Em sua avaliação, Bolsonaro pode até se fortalecer junto a seu eleitorado fiel, só que ele é minoria hoje no país e vai acabar afundando ainda mais a economia. O reflexo desse movimento será, no médio prazo, um enfraquecimento ainda maior da sua administração.

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