Popularidade em baixa: imagem de Bolsonaro perde credibilidade no exterior e mundo teme Brasil, dizem ex-ministros e imprensa global

O americano Vincent Bevins, ex-correspondente do Los Angeles Times no Brasil, estava em São Paulo de passagem quando os números da pandemia explodiram. Iria começar uma turnê de promoção de seu livro sobre ditaduras, “The Jakarta Method” (PublicAffairs), mas tudo parou. “Era para estar viajando pelo mundo”, lamenta, confinado na praça da República.

Começou então algo inusitado. “Familiares nos EUA e amigos meus na Ásia”, onde esteve nos últimos anos como correspondente, “passaram a entrar em contato, perguntando se estou seguro, se o presidente está me ameaçando”.

O ex-ministro Rubens Ricupero descreve a imagem do Brasil no exterior, hoje, como “o lugar de que as pessoas têm medo”. Ou ainda, em sua primeira resposta ao ser questionado sobre o tema: “Seria o caso de perguntar ‘que imagem?’. Como coisa positiva, acabou”.

Seu colega de governo Itamar Franco, o ex-chanceler Celso Amorim, vai pela mesma linha. “Não há mais imagem. É a caricatura do Brasil no exterior. Só que a caricatura foi desenhada aqui dentro. E tem um certo rosto.”

É o rosto do presidente Jair Bolsonaro. Para Ricupero, “já era ruim com o início do governo, mas com a pandemia isso se multiplicou, é o tempo todo, em todo lugar”.(Por Nelson de Sá na Folha de S.Paulo.)

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