“Parece que quer afundar a economia para ferrar o governo”, diz Bolsonaro, sobre Rodrigo Maia

O presidente Jair Bolsonaro participou de uma videoconferência com empresários na manhã desta quinta-feira (14/5) e aproveitou a reunião para tecer críticas ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Apesar de não mencionar o nome do parlamentar, Bolsonaro reclamou que o deputado “parece que quer afundar a economia para ferrar o governo”, sobretudo por ele ter entregue a relatoria da Medida Provisória (MP) 936, que permitiu a suspensão do contrato de trabalho e a redução da jornada de trabalho, com a redução proporcional do salário, na crise da covid-19, ao deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

“Entregar a relatoria da flexibilização do contrato para o PCdoB é para não resolver. Então tem gente que não é do governo, tá lá dentro de outra Casa que não quer resolver o assunto, parece que fizeram acordo com a esquerda. E não dá pra fazer acordo com a esquerda. E nós sabemos qual é a linha da esquerda, é uma linha sindical, é uma linha realmente que não está voltada para o desenvolvimento”, protestou Bolsonaro.

O presidente reiterou que Maia quer “afundar” o país e garantiu que o governo federal não elabora propostas que não “tenham um interesse social ou atendam a sociedade como um todo”. “Nós não apresentamos propostas como no passado se apresentava. A nossa visa o futuro do Brasil. Mas quando se bota alguém do PCdoB… Só no Brasil mesmo, o Partido Comunista do Brasil falar em democracia e liberdade do trabalho, só no Brasil mesmo. Então a tendência é a gente afundar mesmo, essa que é a tendência”, opinou.

O mandatário ainda alertou aos empresários para que eles saibam “como funcionam os Poderes em Brasília” e voltou a criticar a atuação de Maia após a MP 910, que dispõe sobre a regularização fundiária das ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União, não ter sido votada no plenário da Câmara nesta semana. O item chegou a ser pautado para a terça-feira (12/5), no entanto, o presidente da Casa optou por não analisar o texto e disse que o tema poderá entrar na pauta da próxima semana, mas na forma de um projeto de lei baseado no parecer apresentado pelo relator da MP, deputado Zé Silva (Solidariedade-MG).

“É a mesma coisa a regularização fundiária. Caducou eu acho que anteontem a MP 910. É um absurdo, um absurdo. Agora de acordo para quem comanda a Câmara dá a relatoria, ele já sinaliza que não quer resolver nada. Parece que quer afundar a economia para ferrar o governo e talvez tirar um proveito político lá na frente”, atacou Bolsonaro. Apesar do protesto dele, o texto da MP vai caducar apenas na próxima terça-feira (19/5), caso não seja apreciado nem pela Câmara e nem pelo Senado.

Ameaça a governadores

Em determinado momento da videoconferência, Bolsonaro sugeriu aos empresários que eles promovam uma reunião com governadores e representantes dos Três Poderes para que haja um consenso entre todos de como o país pode retomar a economia mesmo em meio à pandemia de covid-19.

“Então quando vocês chamarem chefes do Executivo… Eu sou empregado de vocês, é só marcar que eu vou em São Paulo. Levem os presidente dos Poderes, convide-os também e vamos debater esse assunto, chefes de Poder, onde cada um seja responsabilizado por aquilo que tem que fazer. Nós aqui não podemos pensar em 22. Se nós pensarmos na eleição de 2022, o Brasil vai para o buraco”, analisou.

Ele ainda ponderou que os chefes de alguns estados estão atuando contra o seu governo e citou especificamente o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Para evitar o pior, segundo Bolsonaro, os empresários têm de “jogar pesado” contra Doria.

“Então o que parece que está acontecendo é uma questão política, tentando quebrar a economia, para atingir o governo. É isso que parece que está acontecendo. E essa medida agora que o Fabio Wanjgarten falou aqui sobre São Paulo, ameaça de “lockout” (sic), ou seja, um apagão total, é inimaginável. Um homem está decidindo o futuro de São Paulo, está decidindo o futuro da economia do Brasil. Os senhores, com todo o respeito, têm que chamar o governador e jogar pesado, jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra. É o Brasil que está em jogo.”(CB)

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