Caso Backer: Polícia Civil descarta sabotagem e investiga negligência

A Polícia Civil de Minas Gerais descartou a possibilidade de sabotagem como o motivo da contaminação dos lotes de cerveja da Backer que provocaram nove mortes e intoxicaram 42 pessoas. Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (8), a corporação indicou que as perícias estão “em reta final”.

“Neste momento, a linha de sabotagem foi descartada. Não evoluímos com essa linha de sabotagem. Ela foi retirada. A negligência é uma das linhas sendo investigada”, disse o delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi.

Há algumas semanas, sabotagem, erro de procedimento na fábrica ou contaminação dolosa eram as três linhas nas quais a polícia se debruçava para desvendar a presença de substâncias tóxicas em lotes das cervejas da empresa mineira, cuja fábrica fica em Belo Horizonte.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de vazamento em tanques ou sistemas de refrigeração, ele apontou que “ainda não é o momento de se indicar”.

Quanto à responsabilização pelos casos, em que, conforme a perícia, foi constatada a presença da substância tóxica dietilenoglicol (usada para refrigerar a bebida), o delegado indicou que não se limitaria à empresa: “Não se fala em responsabilidade penal de pessoa jurídica, mas todos os envolvidos na produção cervejeira estão passíveis de serem investigados e responsabilizados”.

As investigações estão “avançadas”, segundo a autoridade. “Hoje, completamos três meses. As perícias estão em andamento e em reta final. Elas não pararam”, disse.

Com relação ao número de vítimas, o delegado explica que se mantém em 42. “O que não impede que outras pessoas que se sentiram prejudicadas possam registrar a ocorrência e venham até a delegacia para as primeiras entrevistas e, quem sabe, para prestar depoimento”, explicou.

Ainda que a incidência maior tenha sido a partir de dezembro de 2019, são investigados casos de meados de 2018 ao início de 2020.(EM)

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